BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO – Apontado por uma enquete (sem caráter metodológico) disponibilizada pelo site Utilidade Capixaba com 32% das intenções de votos para o Senado, o deputado estadual Sérgio Majeski (PSDB) pode ser considerado um típico candidato outsider.

Pelo menos é o que analisa o cientista político da Universidade de Brasília (UnB), o norte-americano David Fleischer. “Tem muita gente que explica isso numa palavra em inglês: outsider”, comenta.

O termo outsider é comumente utilizado na ciência política para explicar o sucesso eleitoral de candidatos que não pertencem ao meio político. Passou a ser usado mais recentemente na eleição do empresário Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos da América.

“O momento é para aqueles que não são candidatos profissionais. Como foi o caso do João Dória que se elegeu prefeito de São Paulo e que nunca tinha disputado uma eleição antes”, continuou Fleischer.

Pelo levantamento empírico, apenas com usuários de internet, Majeski está 19% a frente de outro outsider, o também deputado estadual Amaro Neto (SD), eleito pela primeira vez – assim como o tucano – em 2014.

Os atuais senadores Magno Malta (PR) e Ricardo Ferraço (PSDB) que terão seus mandatos renovados em 2018 aparecem na mesma enquete com apenas 6% e 3% respectivamente.

A enquete computou um total de 2318 votos enviados pelos usuários do site Utilidade Capixaba.

Descrença
Os candidatos outsiders são resultados diretos, segundo o cientista político da UnB, da descrença que grande parte do eleitorado brasileiro tem hoje da política.

Resultante também desta descrença na política é a amostra que no pleito de 2018 será o não envolvimento de até metade do eleitorado.

Na enquete que aponta os candidatos outsiders como favoritos a disputa para o Senado, apura-se ainda que 47% dos usuários de internet consultados afirmam que votarão em branco, ou anularão seus votos.

“O eleitorado está muito descrente, alienado. E ainda alguns outros episódios que estão por vir acontecer irão tornar ainda mais o eleitorado longe desta disputa eleitoral”, aponta.

“Isso [de quase 50% do eleitorado optar pelo não voto] pode, sim, acontecer. Tem muita gente optando pelo ‘eu não voto em ninguém’. Isso é um sinal de que se o voto fosse facultativo, nesta próxima eleição teríamos menos de metade dos eleitores votando”, acrescentou.

Por Humberto Azevedo

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