BRASÍLIA – A Comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investiga o rompimento da barragem de Brumadinho (MG), presidida pela senadora Rose de Freitas (PODE/ES), deu mais um passo na última terça-feira (9).
A CPI ouviu os depoimentos de dois Gerentes de Geotecnia da Vale S.A. Cristina Malheiros e Renzo Carvalho.
A engenheira Cristina Malheiros é citada em um processo judicial, que investiga o rompimento da barragem em Brumadinho (MG). De acordo com o processo, Cristina sabia dos riscos e instabilidade sofridos pela barragem B1, o que a levou temporariamente à prisão.
Cristina afirma que, segundo o laudo feito dois dias antes do rompimento (em 23 de janeiro), não haviam irregularidades: “Eu não tive nenhuma observação de anormalidade que pudesse me indicar essa condição de um possível rompimento”, disse.
Renzo Carvalho também é engenheiro e compõe a equipe de geotecnia da Vale. Segundo ele, a estrutura estava fora de operação há pelo menos 3 anos.
Questionado pelo senador Carlos Viana (PHS/MG), relator da comissão, sobre a situação da barragem, o engenheiro afirma: “a informação que eu tinha e confiava plenamente é que a estrutura era segura”.
Para o gerente de geotecnia, a responsabilidade de determinar a retirada da estrutura era do setor de gerenciamento e avaliação de riscos da Vale.
Requerimentos
Dois requerimentos foram votados, um feito pela senadora Juiza Selma (PSL/MT) , que foi aprovado, solicitando à justiça a quebra do sigilo bancário do engenheiro Makoto Namba, funcionário da empresa Tüv Süd, responsável por um laudo de estabilidade da estrutura da barragem B1 da Mina Córrego do Feijão.
O outro, feito pelo senador Randolfe Rodrigues (REDE/AP), foi aprovado parcialmente. Ele recomendava à justiça o congelamento de bens da Vale e de seus dirigentes, mas a comissão decidiu solicitar ao judiciário apenas que o bloqueio de bens das pessoas investigadas em até 5 bilhões.
A próxima reunião da CPI está agendada para a próxima quinta-feira (11) às 9h. A pauta conta com a coleta de depoimento de Gerd Poppinga, diretor executivo da Vale S.A. e a votação de dois requerimentos feitos pelo senador Carlos Viana (PHS/MG).