BRASÍLIA – saída de Sergio Moro do cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública, nesta sexta-feira (24/4), dividiu os apoiadores do governo federal.

Em seu discurso de despedida, Moro acusou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de tentar interferir na Polícia Federal.

Após a saída do ministro, empresários que apoiam Bolsonaro e sua gestão se manifestaram sobre o assunto e demonstram lealdade a Moro.

Luciano Hang, dono das lojas Havan, classificou a saída como uma grande perda. “Esse não era o momento de perder ninguém. Eu não faria isso”, disse, à Agência Estado, o empresário que, no entanto, não quis comentar se o governo perderia força sem o ministro. 
Hang também utilizou as redes sociais para manifestar apoio a Sergio Moro. “Obrigado por tudo que você fez pelo nosso país. Gerações e gerações lembrarão do seu legado. O povo brasileiro estará sempre ao seu lado. Estamos juntos”, publicou.
Gabriel Kanner, presidente do Grupo Brasil 200, afirmou se sentir traído e que a confiança e apoio ao governo acabou: “Bolsonaro é um traidor da pátria”. “As acusações feitas são graves e mostram outra faceta do presidente”, pontuou. 
Agora, o empresário teme pelo Ministério da Economia, liderado por paulo Guedes. Ele disse que seus colegas estão “desolados” com a possibilidade: “Eu acho que é questão de tempo até o Paulo Guedes sair também”. “É impressionante a falta de compromisso do Bolsonaro com seus eleitores e com a sua base de apoio”, informou ao portal O Globo. “É o começo do fim do Bolsonaro”, acrescentou.
Luciano Huck, sócio de Junior Durski, das redes de restaurantes Madero e Jerônimo Burguer usou as redes sociais para solidarizar com o agora ex-ministro da Justiça.
“A saída de Moro gera uma enorme frustração. Tudo indica que as mudanças tão defendidas pela população ficam adiadas. Em especial a agenda anticorrupção e o combate firme ao crime organizado e às milícias”, publicou. 
Pouco tempo depois, ele também postou no Twitter: “Infelizmente desponta uma crise política, institucional e jurídica em meio a uma pandemia. E com o enorme desafio de encaramos o uma possível depressão econômica pela frente. O momento é grave e exige patriotismo, acima de qualquer divergência”.

Empresário Winston Ling, apoiador do presidente Jair Bolsonaro – Divulgação

“A credibilidade do Brasil está muito baixa e isso afugenta os investidores externos, que irão se retrair ainda mais, prejudicando o programa de privatizações”, afirma Ling.

Questionado sobre a saída do ex-ministro da Justiça, o empresário diz que não entende de política. “Só sei que o Brasil sai perdendo”, afirma ele.

Com informações do CB