Disputa municipal será candidato de Bolsonaro contra de Lula. Mas eleitor pode se cansar dessa masturbação sociológica

BRASÍLIA – AGÊNCIA CONGRESSO – Menos de 60 deputados federais estão disputando as eleições municipais deste ano como candidatos.

Mas todos os demais estão de alguma forma envolvidos no pleito em defesa dos seus redutos eleitorais.

Isso significa que a atual composição da Câmara dos Deputados, e da próxima a ser eleita em 2026, sofrerá o impacto do resultado eleitoral de outubro.

Antigamente os deputados federais podiam ser eleitos e passar três anos – dos quatro do mandato – literalmente coçando os saco. Só iam em busca da reeleição no último ano do mandato.

Hoje é diferente. Eles já começam a buscar a reeleição após a diplomação. Vários fatores tem influenciado o processo de renovação dos congressistas, a começar pelas redes socais.

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As eleições municipais, de outubro, vão antecipar a renovação da Câmara em 2026, avalia o cientista político Antônio Lavareda.

Neste texto Lavareda avalia que a corrida eleitoral para 2026 começa a esquentar este ano com as eleições municipais.

Caso o índice de reeleição dos atuais prefeitos seja alto, é muito provável que não haja mudanças significativas na próxima Câmara, ‘a menos que o governo Lula consiga reverter essa tendência, com a máquina girando, levando recursos e atendendo os municípios’.

Lavareda é autor do recém-lançado De Bolsonaro a Lula III – Pesquisa, Eleição, Democracia e Governabilidade.

No livro ele também projeta quem poderá estar na disputa pela presidência daqui a dois anos, além das condições em que deverão ser disputadas essas eleições.

O livro prevê o aumento da participação da direita no Congresso desde 2012 e seus reflexos, inclusive com a fragmentação de partidos, em uma tendência parecida com a dos evangélicos, que crescem e continuam crescendo e se fragmentando.

Prefeitos derrotados podem atrapalhar a reeleição dos ‘padrinhos’ em 2026

Lavareda lembra a importância do  eleitorado evangélico, conservador, que chega a 30% no conjunto do país e a 40% em algumas cidades, como o Rio de Janeiro.

O autor acredita que não haverá grandes surpresas em relação aos atores políticos que vão disputar a próxima eleição presidencial.

No livro, ele analisa as chances de alguns dos atuais governadores saírem como candidatos à presidência em 2026, como Tarcísio, Zema, Ratinho e Ronaldo Caiado.

“O cientista político entende que o bolsonarismo veio para ficar, independente da inelegibilidade de seu líder. O bolsonarismo se tornou equivalente a um partido, e poderá chegar em 2026 mais forte, conforme o comportamento do governo Lula, ou debilitado, caso Bolsonaro permaneça inelegível”.

“Salvo algum problema pessoal, Lula será candidato à reeleição em 2026. Ele precisa ser candidato para não fragmentar a sua base”, acrescenta Lavareda.

De outro lado, “a direita aparece fragmentada, porque aparece um espaço. Teremos vários candidatos à direita”, completa.

”Do ponto de vista das pesquisas, a posição de Lula é confortável em relação às próximas eleições, caso se lance candidato, porque a população o apoia”.

 

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