BRASÍLIA – Uma empresa uruguaia especializada no comércio de produtos à base de maconha tem um ponto de fabricação no sul do Espírito Santo, em Marataízes, onde fazem um lubrificante genital que promete aumentar o prazer.

O plantio também é feito no Brasil, e os produtos são exportados para a venda legal no Uruguai, que foi o primeiro país a liberar o consumo, produção e venda de maconha, em 2013.

O produto capixaba que, a partir da maconha e da mistura com outros ingredientes como óleo de coco, vira um gel íntimo, é vendido pelos Correios em três tamanhos: R$ 30 o de 10 ml, R$ 40 o de 15 mil e R$ 60 o de 30 ml, sem contar o frete.

“Ele proporciona uma prolongação do orgasmo. Para o homem, causa sensibilidade peniana, fazendo com que aumente a ereção”, promete a fabricante, que salienta tratar-se de um produto vegano.

O produto promete, ao ser aplicado na mucosa vaginal, aumentar a libido e proporcionar orgasmos múltiplos durante o sexo ou a masturbação, além de dizer ter ação contra fungo, inflamação e bactérias.

Especialistas comentam

Conforme publicado pela Tribuna, o médico urologista Fernando Chagas afirmou que a maconha age no sistema nervoso central deixando homens com sensação de letargia e diminuição de atividades receptoras do cérebro.

“O uso contínuo da droga afeta os receptores do pênis, provocando um efeito inibitório que leva ao relaxamento dos vasos, tornando mais difícil a ereção. Mas o uso crônico pode levar à esterilidade”.

A ginecologista Lorena Baldotto ressaltou que as substâncias da maconha, em contato com a região genital, podem causar relaxamento, analgesia e até anestesia. “Há pessoas que disseram sentir mais excitação, mas outros não sentiram diferença com o uso.”

Liberação da Cannabis Sativa

No Brasil, o debate estagnou num projeto de lei no Congresso do ex-deputado Eurico Junior (PV-RJ). A matéria aguarda a criação de uma comissão temporária pela Mesa Diretora da Câmara desde fevereiro de 2018.

O projeto prevê o controle, a plantação, o cultivo, a colheita, a produção, a aquisição, o armazenamento, a comercialização e a distribuição de maconha (cannabis sativa) e seus derivados, e dá outras providências.

O deputado federal Da Vitoria (Cidadania) e coordenador da bancada capixaba se diz completamente contra a legalização do uso recreativo da droga.

“Não apoio que se libere nenhuma droga para uso recreativo, principalmente as que não permitem a fácil identificação do uso, por exemplo, uma pessoa que usa maconha e dirige pode passar despercebida e causar acidentes.”, disse para a Agência Congresso.

Somente esse ano já foram enviados e indeferidos quatro requerimentos de desarquivamento do texto. 

Com informações de A Tribuna