BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO – Os deputados federais rejeitaram, na noite de quinta-feira (25), todos os destaques propostos ao texto do orçamento de União, que finalmente foi aprovado.

Parece notícia boa mas não é. Pelo contrário. Com isso os militares continuam tendo a possibilidade de receber aumento de salário em plena crise fiscal nas contas públicas.

Mas até dinheiro para o censo demográfico foi cortado. Esse orçamento é para 2021, e deveria ter sido aprovado em dezembro do ano passado.

Além disso, fica mantido um desvio de R$ 26,5 bilhões da Previdência, abono salarial e seguro-desemprego, para garantir emendas parlamentares em obras através do Ministério do Desenvolvimento Regional.

Isso significa que esses recursos poderão ser administrados por deputados e senadores em obras para fortalecer sua base eleitoral.

Esses pontos foram colocados no texto pelo relator do texto na Comissão Mista de Orçamento (CMO), senador Marcio Bittar (MDB-AC).

Dos R$ 26,5 bilhões que foram redirecionados, R$ 13,6 bilhões sairão só da previdência; outros R$ 7,4 bilhões do abono salarial — cujos pagamentos só serão realizados em 2022 — e R$ 2,6 bilhões devem ser retirados do seguro-desemprego.

Como ainda tem que passar pelo Senado, a esperança é que algumas alterações em favor da população sejam feitas.

Os parlamentares contrários ao relatório apresentado por Bittar argumentaram que obras que podem ser utilizadas pelos parlamentares como ferramenta eleitoral e que não é justo retirar recursos de despesas obrigatórias.

Tanto o Novo quanto o PSOL apresentaram destaques que visavam diminuir o montante retirado da previdência, seguro-desemprego e abono salarial.

A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) criticou o texto e afirmou que este é o pior orçamento da história.

“Esse é o pior orçamento da história. Não bastam ser R$ 2 trilhões do orçamento público para pagar a dívida pública, ainda tem o teto de gastos que anualmente achata o orçamento das áreas sociais em plena pandemia”, afirmou.

(Com informações do CB)