BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO – Apesar da pandemia que avança para 400 mil mortos no país – podendo chegar a 500 mil até julho – os agentes políticos brasileiros continuam mais preocupados com a disputa pelo poder.

Depois de dois senadores irem ao Supremo Tribunal Federal para obrigar o Senado a  instalar a (CPI da Covid) ) Comissão Parlamentar de Inquérito, agora um deputado usa o mesmo recurso para obrigar a Câmara a analisar pedidos de afastamento de Bolsonaro.

O deputado Kim Kataguiri (DEM-SP) fez um pedido para o STF determinar um prazo para o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), analisar pedidos de impeachment contra o presidente da República.

Até esta segunda-feira, 12, 112 requerimentos chegaram até a Câmara, sendo que seis já foram arquivados ou desconsiderados.

Câmara já tem mais de 100 pedidos de impeachment do presidente. Lira tem cargos no governo. Só cabe ao presidente da Câmara abrir processo contra Bolsonaro.

O pedido do deputado é assinado conjuntamente com o vereador de São Paulo Rubinho Nunes (Patriota). Ambos fazem parte do Movimento Brasil Livre (MBL).

“A falta de análise dos pedidos de impeachment se dá por questões políticas e não por excesso de demandas junto à Câmara dos Deputados. Como pode ser extraído de diversas pautas tanto do Plenário quanto das Comissões, a CD analisa diversos projetos que não tem qualquer urgência”, diz o pedido ao STF.

No Twitter, Kataguiri afirmou ser urgente o afastamento de Bolsonaro.

“Na época da Dilma, o entendimento da mesa diretora era de que deputados poderiam recorrer da decisão ou omissão da presidência. Esse entendimento mudou: hoje o poder de acolhimento tornou-se quase que imperial. Isso é evidentemente inconstitucional. […] O impeachment é urgente!”, escreveu.

Ainda nesta segunda-feira, 12, a Executiva Nacional do PDT protocolou um novo pedido de impeachment contra Bolsonaro.

A sigla, comandada por Carlos Lupi, acusa o chefe do Executivo de ameaça ao livre exercício dos poderes. Esse pedido ainda não consta nos registros da Câmara.

“Já não é nenhuma novidade que o Presidente da República manifesta profundo desprestígio ao Poder Judiciário. São inúmeras as notícias que dão conta da proliferação de diversos atos acintosos ao livre exercício do Poder Judiciário”, diz o pedido.

(Fonte Estadão.com)