João Henrique Campos, deputado eleito com mais votos em Pernambuco
BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO –  Eleito deputado federal aos 25 anos com a maior votação do Pernambuco, mais de 460 mil votos, João Henrique Campos (PSB) filho do ex-governador Eduardo Campos – morto durante a campanha eleitoral de 2014 em um acidente aéreo – defende que a oposição do seu partido ao governo Bolsonaro seja propositiva. 
 
Bisneto de Miguel Arraes, João Henrique diz que a forma de fazer politica mudou. E defende que seja dada uma chance ao atual presidente.
 
Nesta entrevista, ele comenta que a avaliação positiva do governo Bolsonaro, registrada em pesquisa feita para a Confederação Nacional dos Transportes (CNT), demonstra que “é a menor da série histórica” quando em comparação com os inícios dos governos anteriores.
 
Miguel Arraes, Eduardo Campos e João Campos.
Na pesquisa, que foi divulgada em 26 de fevereiro de 2019, o governo Bolsonaro foi aprovado por 57,5% dos brasileiros.
 
“Vamos fazer uma oposição responsável e propositiva. A gente vê o governo federal lançando muita cortina de fumaça e não discutindo os principais problemas brasileiros”, comentou. Na entrevista ele também fala da sua amizade e admiração pelo com o governador capixaba Renato Casagrande, secretário geral do seu partido.
 

Novos tempos

Para o novo deputado, que entre 2016 a 2018 foi chefe de gabinete do Governo de Pernambuco na primeira gestão de Paulo Câmara (PSB), a forma de fazer política mudou. Ele diz que não se espelharia no modelo de fazer política deixado por seu pai e bisavô.

“A forma de fazer política mudou. A forma de comunicação é outra. A velocidade da comunicação e das relações são outras. Mas o interesse é o mesmo. Vamos manter o mesmo objetivo de promover um serviço público corrigindo distorções e melhorando o social que é o nosso maior problema”, disse.

“Eu acho que cada um deles, no seu tempo, tinham a capacidade de enxergar além. E tinham um compromisso muito grande com o social. Sempre trabalharam para àqueles que mais precisavam. Como os estudantes das escolas públicas, os trabalhadores rurais, as periferias das regiões metropolitanas”, completou.

defende que os três governadores eleitos pelo seu partido priorizem o social, Paulo Câmara, em Pernambuco; João Azevedo, na Paraíba; e Renato Casagrande, no Espírito Santo.

“Certamente vão atuar nas pautas em que a sintonia de natureza regional seja maior que a partidária. A necessidade de cada região implica mais. Por exemplo, a pauta hídrica para o semiárido é pauta mais importante para nós hoje como a conclusão das obras federais da adutora do agreste. E isso não é uma pauta do Espírito Santo. É uma pauta de Pernambuco e Paraíba. Mas com certeza os governadores do PSB vão estar muito alinhados”, disse.

Terras capixabas

deputado comentou que infelizmente ainda não conhece o Espírito Santo mas que pretende em breve conhecer e experimentar a famosa moqueca capixaba. Que, para ele, briga com a moqueca baiana pelo título de segunda melhor moqueca do Brasil ”porque a melhor é a pernambucana, rs”.

“Eu nunca fui ao Espírito Santo, mas pretendo ir. Eu tenho uma ótima relação com Casagrandede amizade e política. Uma vez ele me convidou, mas tive um outro compromisso e não pude ir. Mas pretendo ir lá, sim”, contou.

Segurança

Sobre um dos problemas mais graves que aflige a população brasileira, da falta de segurança, João Henrique afirma que o tema merece ser tratado por “um modelo de financiamento e gestão”. “Precisamos de um modelo de georreferenciamento das polícias. [Para atuar] no preventivo que é importante na segurança, principalmente no médio e a longo prazo. E no curto prazo [promover] a repressão”, diz.

E que a segurança será uma das suas prioridades no seu primeiro mandato de deputado federal, além de defender medidas que promovam a inclusão, garantir recursos hídricos, gerar oportunidades e empregos, lutar por uma educação de qualidade e transparência na política. “Eu estou muito animado”, diz, apesar de reconhecer que o país passa por um momento muito “adverso” e difícil.

Fundeb

Lutar pelo Fundeb é outra bandeira do parlamentar pernambucano. Ele defende a prorrogação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). “Nós temos que aprofundar esse debate e chamar à responsabilidade porque o fundo vai ser encerrado no próximo ano. Se isso acontecer será o fim da educação básica no Brasil”, alerta.

E criticou a pauta do ministro da Educação, o colombiano naturalizado brasileiro o Ricardo Vélez.“Mandar uma nota [obrigando os alunos a] cantar o hino nacional e falando o slogan [eleitoral] do governo, não é cabível nos tempos de hoje. Alguém que defendia de maneira tão acida a escola sem partido. Ele só está adotando agora a ideologia dele, coisa em que a gente é contra, seja qual for a ideologia”, observa.