BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO – Depois de criticar o presidente Jair Bolsonaro, recorrer ao STF contra várias ações do governo, e até denunciar o presidente a ONU por descaso com os indígenas, o senador Fabiano Contarato (REDE) decidiu votar no candidato de Bolsonaro à presidência do Senado.

Em nota distribuída hoje, ele tenta explicar sua posição de apoio ao senador governista Rodrigo Pacheco (DEM/MG), alegando que a oposição não tem candidato a presidência da Casa.

Defensor do impeachment do presidente, Contarato, acredita que Pacheco vai mesmo tocar o processo de impeachment: “Quando as condições políticas do impeachment estiverem dadas, decerto que não será ele (Pacheco) a impor óbice indevido ao andamento da denúncia”, diz na nota.

A senadora Simone Tebet (MDB/MT) também disputa a presidência e se comprometeu com o impeachment, bem como o deputado Baleia Rossi, do mesmo partido, que disputa a presidência da Câmara.

A senadora Rose de Freitas (MDB) votará em Tebet. Já Marcos do Val, (PODE) deve votar em Simone. Mas a pressão exercida pelo atual presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM/AP) é forte.

NOTA

Comunico, em consideração aos meus eleitores e apoiadores, que votarei, por decisão pessoal, no senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) nesta eleição para a Presidência do Senado.

Seguramente, reconfortar-me no sigilo constitucional do voto seria uma saída cômoda, mas entendo que ser transparente é um dever de ofício dos que optaram pela vida pública, ainda que tal postura não seja indene de críticas e custos: este é o preço módico de se viver numa democracia.

Diante da ausência de uma candidatura de oposição, as opções postas se resumem a partidos da base governista, evidenciando nossa dificuldade, enquanto campo político, de superar as diferenças em prol de um objetivo comum, propondo uma alternativa concreta e de clara objeção ao governo federal nesta disputa eleitoral.

O senador Pacheco deu mostras de ser um político de diálogo e independência em sua trajetória. Espero e confio que ele cumpra com sua promessa de atuação independente, sem representar qualquer sorte de continuísmo: quando as condições políticas do impeachment estiverem dadas, decerto que não será ele a impor óbice indevido ao andamento da denúncia, caso a Câmara cumpra seu papel e admita a denúncia.

Por fim, o compromisso do senador Pacheco em examinar alternativas de socorro social aos mais necessitados em vista do arrastamento da gravíssima crise ocasionada pela pandemia evidencia que este Senado, sob sua condução, não será um mero despachante das agendas de arrocho sobre os mais pobres, patrocinada por este Governo.

Senador FABIANO CONTARATO (REDE-ES)