BRASÍLIA – AGÊNCIA CONGRESSO – Ele tem pouco voto mas é bem relacionado. Ex-chefe da Casa Civil do governo Paulo Hartung, José Carlos da Fonseca Jr, mais conhecido por Zé Carlinhos, é uma das peças que o governador pretende mover em agosto, prazo final das convenções.
Zé Carlinhos poderá ser o próximo vice governador do ES, ou suplente de senador, com grandes chances de assumir a vaga, se entrar na chapa de Amaro Neto (PRB).
Dirigente do PSD, o diplomata de carreira Zé Carlinhos, desde os anos 80, já foi deputado federal entre 1999 e 2002 pelo PFL. O atual presidente regional do PSD, Neucimar Fraga, afirma que ele é o “nome do partido” para qualquer empreitada.
Suplente de senador
O mais provável é que Zé Carlinhos vire suplente do pré-candidato ao Senado, Amaro Neto, que compõe o grupo político do governador Hartung e deseja ser prefeito em 2020.
PH não gosta de sofrer desgastes por causa dos outros. Com um vice com problemas na Justiça ele seria questionado durante o processo eleitoral.
Suplente geraria menos impacto eleitoral. Zé foi ex-assessor do ministro da Fazenda no governo Fernando Henrique, Pedro Malan, na Justiça. Era secretário Executivo, o segundo na Fazenda e ajudou muita gente, principalmente empresários.
Década passada
Filho do ex-vice-governador biônico (indicado pelos militares) para administrar o ES entre 1979-1983, Zé Carlinhos tem duas condenações em primeira instância que remontam a irregularidades que teriam sido praticadas na última década.
Em 2010, a juíza Maria Cláudia de Garcia Paula Allemand, da 5ª Vara Cível Federal, sentenciou Zé Carlinhos como condenado por “improbidade administrativa” a devolver R$ 189 mil aos cofres da União.
Em 2016, o juiz federal Vitor Berger Coelho condenou Zé Carlinhos “por peculato a cinco anos e nove meses de prisão em regime semiaberto”. Desde então, é aguardado o julgamento em 2a. Instância pela Justiça Federal, o que o tornaria ficha suja.
Sanguessuga
Esta ação ficou conhecida como escândalo dos sanguessugas, que consistia na prática de corrupção devido a aquisição de ambulâncias ( em valores superfaturados) por municípios com recursos de emendas parlamentares.
Nesta última condenação, o juiz Berger determinou também que Zé Carlinhos perca o seu cargo de diplomata, aprovado em concurso, após o trânsito em julgado do processo.
Desvio de verba
Mas esta não é a única ação a que o pretenso candidato a vice-governador ou suplente de senador responde na justiça. Em 2003, ele foi indiciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por desvio de verba pública.
Nesta outra ação, Zé Carlinhos responde por malversação do dinheiro público quando secretário da Fazenda estadual no mesmo período em que era deputado federal, 1999-2002.
O ex-governador José Ignácio Ferreira (PSDB) é co-réu neste processo ainda não julgado.
Sem respostas
Procurado pela reportagem para comentar as condenações, como também pelas acusações atribuídas pelo Ministério Público, um dos homens fortes do governo Hartung não retornou o contato da reportagem da Agência Congresso.
O mesmo fez Neucimar Fraga, pré-candidato a deputado federal, e dirigente do PSD. Zé Carlinhos continua sendo o “nome” para representar a legenda na disputa de outubro
Por Humberto Azevedo/M.Rosetti