PRESIDENTE BALEIA:MDB quer voltar ao comando da Câmara e pode ter apoio de Maia

BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO – Para eleger o próximo presidente da Câmara Federal e evitar um possível processo de impeachment, o governo Bolsonaro está jogando pesando junto ao eleitorado, de 513 deputados.

É o presidente da Câmara  e não do Senado – que acolhe ou rejeita o pedido de impedimento do presidente da República. Por isso o interesse especial do Planalto na eleição da Câmara.

Crítico do governo e ainda presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM/RJ) vai entrar para a história como “o presidente que amarelou” e não pediu o impeachment de Bolsonaro. Razões não faltaram, principalmente falha no combate a pandemia de coronavírus.

Mas Maia também foi impedido pelo fechamento do Congresso em 2020 devido a pandemia. Hoje ele criticou a interferência do Planalto na eleição para a Mesa Diretora da Casa, que ocorrerá no próximo dia 1º de fevereiro.

Não vai cumprir promessas

Maia acusou o governo Jair Bolsonaro de prometer R$ 20 bilhões em emendas parlamentares em troca de votos para eleição na Câmara dos Deputados.

Segundo o deputado, o governo tem feito promessas de emendas orçamentárias aos parlamentares que não serão cumpridas, em razão do teto de gastos e da crise fiscal do País. Deputados pedem o pagamento de suas emendas ao Orçamento da União.

Hoje mais cedo, o presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou que iria interferir na eleição da presidência da Câmara. Nos bastidores a informação é de que o candidato de Maia, deputado Baleia Rossi (MDB/SP) vai perder a eleição.

“É um alerta aos deputados e deputadas que a intenção do presidente é transformar o Parlamento num anexo do Palácio do Planalto, o que enfraquece o mandato de cada um e o protagonismo da Câmara nos debates com a sociedade”, disse.

Maia alertou que o governo não tem maioria no Congresso e quer formar maioria apenas para o processo eleitoral. Segundo ele, a interferência do governo terá sequelas.

Na avaliação de Maia, na execução do Orçamento é preciso o mínimo de organização e compromisso republicano e democrático. Muitos eleitores de Lira serão enganados.

“A forma com o governo quer formar maioria não vai dar certo, porque essas promessas não serão cumpridas em hipótese alguma. Não há espaço fiscal”, criticou Maia.

“Todos estão legitimados para exercer suas funções, nenhum parlamentar pode ser prejudicado por ser a favor ou contra o governo”, prosseguiu.

Maia, mais uma vez, manifestou contrariedade na decisão da Mesa que decidiu pela eleição presencial, sem flexibilizar para os parlamentares que se encontram no grupo de risco.

Ele disse que vai tentar garantir o máximo distanciamento possível entre os parlamentares, servidores e imprensa na hora da votação.

Na atual Mesa da Câmara, formada por sete deputados, o PP de Lira tem maioria.

Com informações da Agência Câmara