BRASÍLIA – Compradas e pagas pela Câmara, mas custeadas com dinheiro público, as passagens para deputados em missões oficiais neste mandato já custaram R$ 7,6 milhões, em valores atualizados, aos cofres públicos.
No período de janeiro de 2015 até o momento, a viagem mais cara custou R$ 45,5 mil, teve duração de quatro dias e foi paga para que o deputado baiano Claudio Cajado (DEM) fosse ao Casaquistão e à Georgia.
Junto com Cajado, o também foi outro baiano baiano Antonio Imbassahy (PSDB) que viajou ao custo de R$ 45,3 mil para o mesmo destino. A viagem foi realizada em dezembro de 2015.
O levantamento foi feito e publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo, nesta segunda-feira (15), que, com base na Lei de Acesso à Informação, obteve os dados sobre viagens oficiais compradas e pagas pela Casa.
Atualmente, os deputados também têm direito a passagens para voltar a seus Estados. No entanto, essas são compradas pelos próprios congressistas com dinheiro da cota parlamentar.
Na época da viagem, Cajado era procurador legislativo e Imbassahy líder do partido. Devido aos cargos ocupados, os dois tiveram direito a classe executiva. O regimento interno da Câmara também concede o direito a ocupantes de outros cargos, como membros titulares da Mesa Diretora e presidentes de Comissões Permanentes.
Conforme o levantamento, desde 2015, foram 1,4 mil viagens oficiais bancadas pela Casa. De acordo com os dados, o deputado José Rocha (PR-BA) teve o terceiro maior bilhete aéreo pago pela Câmara. O parlamentar foi um dos onze congressistas da delegação especial a Hanói, no Vietnã, para a 132.ª Assembleia da União Interparlamentar.
Questionado pelo jornal, ele alega não ter controle do preço. “Eu vou saber de preço? Viajei, mas não fui eu quem comprou”, protestou.
No ranking das passagens mais caras, o deputado Felipe Bornier (PROS-RJ) ficou com a quarta colocação. Sua passagem custou R$ 42,8 mil. Também em sua defesa, o deputado alega ter feito uma viagem com resultados.
“Essa viagem que a gente fez, inclusive, conseguiu retornar a importação de carne do Brasil (pela Rússia)”, defende-se.
O deputado paranaense Alex Canziani (PTB-PR) ficou em quinto lugar. Em 2015 ele foi aos Estados Unidos para um evento da Fundação Lemann, com outros brasileiros para discutir o País.
Como à época era secretário da Mesa, teve direito a uma passagem na classe executiva, de R$ 37,9 mil. Canziani disse ao jornal que “viagens podem abrir horizontes”.
Informações do Estadão.