BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO – A alteração de vários pontos do texto da reforma da Previdência feitas pelo relator, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), inviabilizou a economia que o governo faria com a Reforma da Previdência.

A versão original da reforma, enviada pelo presidente Jair Bolsonaro em fevereiro, previa uma economia de R$ 1,2 trilhão nesse período. Mas após as concessões do tucano paulista caiu para R$ 915 milhões.

O relator disse que vai repor R$ 217 bilhões com a inclusão de um dispositivo que acaba com a transferência de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Governo

O ministro da Economia, Paulo Guedes, demonstrou nesta sexta-feira irritação com o parecer apresentado na véspera pelo relator Samuel Moreira (PSDB-SP) e disse que os deputados “abortaram” a reforma da Previdência se o projeto autorizado pelo relatório for o aprovado.

O ministro afirmou que os cortes sobre a proposta original foram maiores que o estimado e disse que a exclusão de Estados e municípios do parecer foi um recuo ditado por “pressões corporativas de servidores do Legislativo”, que ele classificou como “privilegiados”.

“Estão buscando (recursos) de PIS/Pasep, mexendo em fundos. Estão botando a mão no dinheiro no bolso dos outros”, afirmou Guedes em tom de irritação.

“Vou respeitar a decisão da Câmara, mas se aprovarem a reforma do relator… (os deputados) abortaram a Nova Previdência e mostraram que não há compromisso com as futuras gerações”, disse Guedes.

“O compromisso com servidores públicos do Legislativo parece maior do que com as futuras gerações.” Guedes estimou que, aprovada a reforma da Previdência proposta pelo parecer do Samuel Moreira, será necessária uma nova alteração nas regras para aposentadorias em cinco ou seis anos.

Capitalização

O líder do governo na Câmara, deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), considera a capitalização o caminho para uma Previdência “mais sustentável” e vai tentar voltar com esse ponto. “Tanto na comissão, como no Plenário, mas pode ser apresentada em outro formato”, admite.

Vitor Hugo espera que a votação da reforma da Previdência ocorra antes do recesso de julho do Congresso e informou que a partir de agora o governo vai intensificar a negociação com partidos da Maioria para conseguir votos necessários.

Com informações da Agência Estado