Disputa por cargos é o motivo das críticas de ‘aliados’ eleitos na onda Bolsonaro
BRASÍLIA – O presidente da República, Jair Bolsonaro, demonstrou estar incomodado com os constantes ataques que vem sofrendo de parlamentares do PSL que, segundo ele, teriam sido eleitos na esteira de sua popularidade.
O entorno do presidente aponta para a disputa de cargos como motivos das criticas feitas por deputados que deveriam compor a base governista.
Caso mais recente de fogo amigo foi o de Alexandre Frota (PSL-SP), divulgado pelo blog do colunista Guilherme Amado, da revista Época. Questionado sobre que mais o decepcionou após entrar na política, Frota disparou: “Com toda a certeza, foi o Bolsonaro”.
Aliados a Bolsonaro alegam que Frota quis fazer indicações no Ministério da Cidadania, de Osmar Terra, e também no diretório do PSL em São Paulo, mas o deputado rebate as acusações.
“Eu não preciso de cargo no governo. O Bolsonaro me pediu que ajudasse a estruturar a equipe da Secretaria de Cultura. Eu apenas indiquei técnicos, mas a decisão de aceitar era deles”, disse.
O líder do PSL na Câmara, deputado federal Delegado Waldir (GO) também fez duras críticas ao governo. Apontou falhas e até chegou a acusar o Planalto de prejudicar o andamento da Reforma da Previdência.
O presidente e seus aliados avaliam que o presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, pode convencer os deputados federais a amenizar as críticas ao governo.
Para evitar derrotas
O objetivo de Bolsonaro, segundo interlocutores, não é levar à expulsão de deputados federais dissidentes, mas evitar derrotas como a que ocorreu na Comissão especial da Câmara, na votação dos destaques que previam regras mais vantajosas para a aposentadoria de policiais.
A transferência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Justiça para o Ministério da Economia também foi um erro que não deve se repetir.
Bivar também tem nas mãos a missão de apaziguar as intrigas entre as deputadas federais Carla Zambelli e Joice Hasselmann – líder do governo no Congresso – ambas foram eleitas por São Paulo.
O presidente do PSL confirma que conversará com Bolsonaro “o PSL é o partido do governo, é a base do governo e temos de estar alinhados”.
Fonte: Jornal O Globo