BRASÍLIA – AGENCA CONGRESSO – O Senado vai investigar um assessor do presidente da República, Jair Bolsonaro, que aproveitou sessão no Senado para divulgar gestos racistas da White Power, grupo de direita que se comunica por sinais.

Vários senadores ficaram indignados com o episódio. Em requerimento ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), o capixaba Fabiano Contarato (Rede-ES) pediu inserção, em ata, de voto de censura a Filipe Garcia Martins Pereira.

Ele é o Assessor-Chefe da Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, “pelos gestos racistas e preconceituosos usados durante Sessão de Debates Temáticos realizada no Plenário do Senado, ontem dia em 24 de março”.

Segundo o pedido, Filipe realizou gestos compatíveis com o movimento supremacista branco durante o discurso de Pacheco. O gestual, capturado pelas câmeras da TV Senado e transmitidos para todo o mundo, remonta à sigla WP, que significa ‘White Power’ ou, em português, ‘Poder Branco’.

Tal gesto tem sido amplamente replicado por membros de grupos de extrema-direita e por simpatizantes do movimento supremacista branco em protestos e redes sociais por todo o mundo.

Em sua conta no Twitter, Martins alegou que é judeu e estava apenas mexendo na lapela de seu paletó, o que não convence, pelas imagens. Ele indicar fazer o gesto para alguém com quem falava ao celular.

“O Sr. Filipe Martins, juntamente com o Ministro Ernesto de Araújo, é responsável direto pela omissão do governo federal que resultou no caos em que vivemos, com mais de 300 mil vítimas da Covid-19. Quando não se omitem, esses indivíduos atuam em sentido diretamente contrário àquele que se desejaria:

“criam atritos diplomáticos com os países dos quais dependemos para obter insumos farmacêuticos e vacinas. É a política do genocídio que se estrutura nos diversos ministérios do governo Bolsonaro”, afirma o senador.

“O gesto por si só pode representar um convite à manifestação e à ação de grupos supremacistas brancos que são, tradicionalmente, conhecidos por sua violência e virulência. Vislumbra-se, portanto, o cometimento de uma série de crimes, como, por exemplo, o de incitamento à discriminação com base em raça e etnia (art. 20, Lei nº 7.716, de 1989)”, alerta o senador que é delegado de policia licenciado.

(Com informações da Assessoria de Imprensa do senador Contarato)