BRASÍLIA – Pré-candidato do PSDB à Presidência, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, não terá como pagar o preço que alguns aliados estão cobrando para apoiá-lo na eleição de outubro.

Refém de arranjos regionais do PSDB, o tucano já foi avisado por lideranças de seu partido que alianças com os pessebistas não acontecerão em estados onde eles têm exigido reciprocidade.

Pior: em alguns locais, como Pernambuco e Espírito Santo, PSDB e PSB serão adversários.
Os dois estados estariam na lista de reivindicações do PSB ao tucano, além de Distrito Federal e São Paulo.

Na sucessão pernambucana, o PSDB selou acordo com PMDB, DEM e PTB para fazer oposição ao candidato à reeleição do PSB, Paulo Câmara. Segundo o presidente do PSDB em Pernambuco, deputado Bruno Araújo, a composição dará a Alckmin um “palanque consistente” no estado para a campanha nacional:

— A chance (de apoiar o PSB) é zero. No Espírito Santo, o PSDB se aliou ao PMDB, de Paulo Hartung, candidato à reeleição, enquanto o PSB lançará o ex-governador Renato Casagrande.

Colnago descarta aliança com Casagrande

— A tendência é estarmos sem o PSB. Não tem como impor que uma aliança nacional se repita nos estados — afirmou o presidente do PSDB capixaba, o vice-governador Cesar Colnago.

No DF, o tucanato está dividido entre quem apoia a reeleição de Rodrigo Rollemberg (PSB) e os que trabalham para lançar um candidato próprio.

Em 2017, Alckmin se aproximou muito de Rollemberg, um dos aliados que o tucano tem no PSB para tentar convencer os demais dirigentes da sigla a apoiá-lo.

As duas legendas também insistem em lançar candidatos próprios em São Paulo. No PSB, o vice-governador Márcio França, que assume o governo em abril, quer a reeleição.

Já o PSDB argumenta que, após 24 anos no poder, não pode abrir mão de um candidato.
Semana passada, Alckmin pôs lenha no embate ao dizer que o melhor para ele seria ter um candidato único em sua base.

Aliados começaram a ventilar a possibilidade de filiar França ao PSDB, o que gerou reação do grupo ligado ao prefeito João Doria, que exige prévias caso ocorra a filiação do pessebista.

O interesse de Alckmin no PSB nacional envolve o tempo de TV no horário eleitoral. A legenda tem cerca de 45 segundos.

O PSDB tem entre um minuto e um minuto e meio, perdendo apenas para PMDB e PT.

Alckmin calcula que precisará de ao menos cinco legendas para ter, no mínimo, quatro minutos de propaganda em cada bloco de 12 minutos. (Com informações do Globo)

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