BRASÍLIA – AGÊNCIA CONGRESSO – A decisão de adiar para março de 2018 o congresso nacional do partido que elegerá os novos membros da executiva nacional, favorece um cenário de união entre as correntes partidárias da legenda.

Em entrevista à Agência Congresso, o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), aliado do atual presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, afirmou que o adiamento “foi uma decisão correta” e de “comum acordo” com todos os agrupamentos da legenda.

No mesmo sentido também falou o deputado Luiz Lauro Filho (PSB-SP), aliado do vice-governador de SP, Márcio França, que concordou que o adiamento do Congresso Nacional do PSB de outubro para março do próximo ano.

Luiz Lauro é também sobrinho do prefeito de Campinas (SP), o ex-deputado federal Jonas Donizetti, que assumirá o comando do PSB paulista assim que Márcio França assumir o governo de SP com a renúncia do atual governador, Geraldo Alckmin (PSDB), previsto para o final de março de 2018 para concorrer à Presidência da República.

Segundo Delgado e Luiz Lauro, caso a realização do congresso do PSB fosse mantido para outubro, tudo caminhava para a possibilidade de uma disputa interna entre Siqueira e França, que ao invés de serenar os ânimos, dividiria ainda mais o partido.

Pacificação
“Eu acredito que a gente vai conseguir unificar [o partido], até [lá] para encontrar, [pessoas] que estejam pretendendo disputar o pleito do próximo ano”, disse Delgado lembrando que o prazo agora de filiação partidária para disputa eleitoral cairá de um ano para seis meses antes da realização das eleições.

“Em março vai ter um grande acontecimento no partido que é a expectativa do Márcio França e do nosso PSB administrar o maior estado da federação e, aí o foco do Márcio França muda, na minha opinião, e será governar o maior estado do País”, comentou o socialista.

Luiz Lauro avalia que os nomes mais fortes para assumir o comando do PSB nacional são, além do atual presidente Carlos Siqueira, os maiores destaques do partido no momento segundo ele: Márcio França, Rodrigo Rollemberg (DF) e Paulo Câmara, governador de Pernambuco.

Governadores
O adiamento do congresso nacional do PSB foi decidido mais de 70 delegados da executiva nacional que acataram sugestão apresentada pelos governados da legenda de encontrar uma nova data até que o cenário político fique “claro”.

“Nós temos um candidatura natural que é o do nosso presidente [Carlos Siqueira] e o Márcio [França] tentou colocar o nome dele, mesmo sabendo que nós temos uma boa relação com os dois e que não haveria necessidade desta disputa. Então para não haver nenhum derrotado, acho que essa foi uma saída para a gente se reencontrar com as nossas origens”, comentou Delgado.

Casagrande
Sobre a possibilidade do ex-governador capixaba Renato Casagrande (foto) assumir o comando da executiva nacional, o socialista mineiro falou que “ isso não foi discutido”. Casagrande vai disputar o governo ou o Senado ano que vem.

Já Luís Lauro Filho avalia que Casagrande é um quadro do partido que pode, sim, assumir a direção nacional do PSB. “Ele tem história no partido”, disse.

“O Casagrande é presidente da Fundação João Mangabeira, é candidato a governador do ES novamente e acredito que ele esteja fora deste cenário [de disputa do comando do partido]”, complementou.

Procurado para comentar o adiamento do congresso nacional do PSB, o presidente da legenda reiterou que a alteração da data atende reivindicação dos vários líderes do partido, dentre eles os governadores.

“É certo que as decisões que forem tomadas um pouco mais adiante terão maior qualidade, e estarão mais adequadas à realidade que vai se estabelecer até lá”, falou Carlos Siqueira.

Por Humberto Azevedo

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