19 partidos capixabas receberam quase R$ 10 milhões de recursos públicos para as eleições; mas apenas seis conseguiram eleger parlamentares federais
Por Humberto Azevedo
BRASÍLIA – AGÊNCIA CONGRESSO – Dos mais de 40 partidos políticos existentes no país, apenas 19 deles – através dos seus diretórios estaduais – receberam recursos públicos nas eleições de outubro de 2018.
No total foram utilizados pelas legendas a quantia de R$ 9,3 milhões oriundos do Fundo Partidário e do Fundo Especial de Financiamento de Campanhas (FEFC).
O fato curioso é que os três partidos que mais receberam estes recursos no estado, PP, MDB e PSD, que ficaram juntos com quase R$ 6,6 milhões, apenas o PP alcançou êxito ao reeleger o deputado federal Evair de Melo que, em 2018, trocou o PV pela legenda. O PP elegeu ainda um deputado estadual, Renzo Vasconcelos.
Já o MDB que naufragou na tentativa de reeleger o então líder da maioria do governo do ex-presidente Michel Temer, Lelo Coimbra, atual secretário de Desenvolvimento Social do Ministério da Cidadania, conseguiu eleger dois deputados estaduais: Hércules e José Esmeraldo. O PSD elegeu apenas um deputado estadual, Enivaldo dos Anjos.
Sem recursos públicos
Por outro lado, legendas como o DEM, o PPS, o PR e a Rede Sustentabilidade que não receberam recursos dos fundos públicos no ES para participar das eleições de 2018, elegeram juntas três deputados federais e dois senadores, além de três deputados estaduais.
Os eleitos destes quatro partidos que não contaram com recursos públicos foram Fabiano Contarato (Rede), Lauriete (PR), Marcos do Val (PPS), Norma Ayub (DEM) e Da Vitória (PPS) para os cargos em Brasília.
Para a Assembleia capixaba foram eleitos Alexandre Xambinho (Rede), Fabrício Gandini (PPS) e Theodorico Ferraço (DEM).
Bolsonaro
O partido do presidente, PSL, investiu com recursos públicos na eleição capixaba pouco mais de R$ 450 mil. O PSL elegeu a deputada Soraya, esposa do ex-deputado e derrotado na eleição para governador, Carlos Manato, atual secretário especial da Casa Civil para a Câmara dos Deputados.
Para a Assembleia Legislativa, o PSL de Bolsonaro elegeu quatro deputados estaduais: Capitão Assumção, Alexandre Quintino, Danilo Bahiense e Torino Marques.
Mais de R$ 1 milhão
O PTB que não elegeu nenhum parlamentar federal, elegeu Adilson Espíndula usou quase R$ 450 mil no processo eleitoral.
O PV que aplicou mais de R$ 400 mil em recursos públicos nas eleições de 2018 no ES elegeu dois deputados estaduais. Sem sucesso na esfera federal.
O PDT que contou com R$ 300 mil dos fundos públicos reelegeu Sérgio Vidigal e Marcelo Santos.
Partido do governador
O PSB do governador Renato Casagrande aplicou através de seu diretório estadual a quantia de quase R$ 215 mil proveniente dos fundos públicos. Além do governador, elegeu dois deputados federais – Felipe Rigoni e Paulo Foletto, atual secretário estadual de Agricultura – que abriu vaga para o jornalista Ted Conti assumir o mandato federal e dois estaduais – Freitas e Sérgio Majeski.
Quase sem sucesso
O PRP que recebeu R$ 200 mil de recursos públicos elegeu os deputados estaduais Dary Pagung e Lorenzo Pazolini. Com a mesma quantia, o PHS não alcançou êxito eleitoral. O PSOL que recebeu mais de R$ 120 mil em recursos públicos também não elegeu ninguém.
Poucos recursos
O PT usou no ES mais de R$ 95 mil em recursos do FEFC nas eleições de 2018. Reelegeu Hélder Salomão para a Câmara dos Deputados e elegeu Iriny Lopes para deputada estadual.
O DC que aplicou mais de R$ 87 mil do FEFC reelegeu o deputado estadual Euclério Sampaio. O PSDB que usou 86 mil dos fundos públicos elegeu três deputados estaduais: Emilio Mameri, Marcos Mansur e Vandinho Leite.
Partido do bispo
O PRB que elegeu o jornalista Amaro Neto deputado federal como mais votado do estado contou com pouco mais de R$ 55 mil de recursos públicos. O partido, que é o braço institucional da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) do bispo Edir Macedo, elegeu ainda dois estaduais: Erick Musso e Hudson Leal.
Sem sucesso
O Solidariedade (SD) capixaba que tentou reeleger o ex-deputado Jorge Silva sem sucesso recebeu R$ 50 mil dos fundos públicos da Justiça Eleitoral. O partido não elegeu ainda nenhum deputado estadual.
Os outros partidos que receberam recursos públicos e não conseguiram eleger ninguém em 2018 no estado foram o PSC com quase R$ 45 mil, o PCB com mais de R$ 20 mil e o Avante com R$ 5 mil.
Partido | Valor recebido de recursos públicos |
Eleitos |
PP |
R$ 2.750.000,00 |
1 fed 1 estadual |
MDB |
R$ 2.437.292,94 |
2 estaduais |
PSD |
R$ 1.409.500,00 |
1 |
PSL |
R$ 452.445,06 |
5 estaduais |
PTB |
R$ 449.176,12 |
1 |
PV |
R$ 400.671,17 |
0 |
PDT |
R$ 300.000,00 |
1 federal 1 est |
PSB |
R$ 214.900,00 |
2 federais 2 est |
PHS |
R$ 200.000,00 |
0 |
PRP |
R$ 200.000,00 |
2 |
PSOL |
R$ 121.338,26 |
0 |
PT |
R$ 96.926,95 |
1 fed 1 est |
DC |
R$ 87.782,67 |
1 |
PSDB |
R$ 86.000,00 |
3 |
PRB |
R$ 55.007,96 |
1 fed 2 est |
SD |
R$ 50.000,00 |
0 |
PSC |
R$ 44.900,00 |
0 |
PCB |
R$ 20.509,15 |
0 |
AVANTE |
R$ 5.000,00 |
0 |
TOTAL |
R$ 9.381.450,28 |
|
DEM |
R$ 0,00 |
1 fed 1 est |
PPS |
R$ 0,00 |
1 fed 1 sen 2 est |
PR |
R$ 0,00 |
1 |