Uma vitória esperada pelo mundo: Joe Biden e Kamala /AFP

BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO – O cara para não se reeleger nos EUA tem que ser um presidente muito ruim. Nos últimos 100 anos, apenas quatro não conseguiram se reeleger no país.

Além de George H. W. Bush, o pai (1989-1993), o mesmo ocorreu com Jimmy Carter (1977-1981), Gerald Ford (1974-1977) e Herbert Hoover (1929-1933). Todos não venceram a segunda disputa. Carter perdeu por outras razões, foi o presidente dos direitos humanos.

Arrogante, Donald Trump entrou para o seleto grupo de presidentes americanos que concorreram a um segundo mandato mas foram rejeitados nas urnas. Muitos atribuem ao posicionamento dele no combate a Covid -19. Mas foi uma série de fatores.

Em uma campanha dominada pela pandemia de coronavírus ignorou as recomendações de médicos para que usassem máscaras e mantivessem distanciamento social. Pegou o vírus e mas não se curvou a gravidade da doença.

Foi incompetente no combate a pandemia, ao racismo sistêmico (até estimulou) e ainda tentou anular o legado de Barack Obama. Os EUA tem hoje 14 milhões de desempregados. Autoritário, agora vai ter que pagar o Imposto de Renda que deve.

O que muda para o Brasil?

A vitória do democrata trará implicações sobre as relações comerciais bilaterais entre os países, sobre a política externa brasileira, e o posicionamento político ideológico de Jair Bolsonaro em relação a Amazônia.
Nesse aspecto o agronegócio brasileiro apoiam Biden, para não sofrer restrições econômicas. Na campanha Biden já falou sobre o Brasil ao criticar Trump por não intervir junto ao governo brasileiro para conter as queimadas na Amazônia.
De imediato, se desejar bom relacionamento com o novo governo americano, Bolsonaro deveria demitir dois ministros, do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e o chefe do Itamaraty, ministro Ernesto Araújo.

PAI DA FAKE NEWS

Trump foi o presidente mais mentiroso da história dos Estados Unidos, e pode ser considerado o país das Fakes News.

O The New York Times fez uma compilação de todas as mentiras de Trump, desde que assumiu na Casa Branca e o resultado é surpreendente.

Ele levou pouco mais de 1.200 dias para bater a marca de 20 mil declarações falsas ou enganosas, segundo o The Fact Checker, levantamento feito pelo jornal The Washington Post.

Em média, foram 23 mentiras ou desinformações por dia. Durante a apuração mentiu desesperadamente, ao ponto das TVs americanas o tirarem do ar porque eram afirmações sabidamente falsas. Mereceu o pé na bunda que levou do povo. Se fosse reeleito seria uma ameaça a paz mundial. (MR)

“Uma campanha de reeleição para presidente é sempre um referendo sobre o seu desempenho, se as pessoas estão contentes ou não com sua liderança.”

Todd Belt, cientista político e professor da George Washington University