BRASÍLIA – AGÊNCIA CONGRESSO – Os oito deputados federais do ES que votaram contra o presidente Michel Temer dia dois de agosto – quando a Câmara rejeitou pedido de investigação contra o presidente – começaram ontem a ser retaliados pelo Planalto.

Três indicados por deputados capixabas foram exonerados, Nelson Felix que estava no Incra, Aurélio Costa do MDA (Ministério de Desenvolvimento Agrário), e Carlos Rafael do DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral). Ela era o superintende regional.

Os dois primeiros foram indicados pelo deputado Carlos Manato, presidente do Solidariedade que votou pela abertura de processo contra o presidente: “É até melhor, agora estou livre”, disse Manato para o site AGÊNCIA CONGRESSO.

Carlos Rafael que é secretário geral do PSB capixaba, havia sido indicado pelo deputado Paulo Foletto (PSB), há cerca de um ano, quando o deputado liderava a bancada do PSB na Câmara.

Outros deputados que votaram contra o governo – Jorge Silva (PHS) Evair Melo (PV) e Norma Ayub (DEM) também entraram na lista negra do Planalto, mas ainda não sofreram retaliações.

Os outros três votos do ES contra Temer foram dos petistas Givaldo Vieira e Helder Salomão, e Sérgio Vidigal (PDT), que já fazem oposição.

O presidente Temer venceu com folga a batalha no Congresso. A denúncia feita contra ele pela Procuradoria Geral da República foi arquivada. Um resultado contrário poderia implicar no seu afastamento da Presidência da República.

Mas o governo jogou pesado, liberando emendas parlamentares e oferecendo cargos aos deputados. Alguns deputados como Foletto já tinha cargos no governo.

Mesmo assim o presidente teve menos votos do que o esperado, apenas 263 dos 513 deputados. 227 deputados votaram a favor de que o Supremo investigasse o presidente.

A investigação, no entanto, poderá ser feita após Temer deixar o governo. O presidente foi denunciado por corrupção passiva.

O procurador-geral da República encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um documento com 64 páginas denunciando o presidente Michel Temer e um de seus principais aliados, o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), por corrupção passiva.

Loures chegou a ser preso dia 3 de junho, acusado de intermediar o recebimento de propina como contrapartida do governo no sentido de beneficiar os interesses do Grupo J&F, controladora da JBS (que reúne empresas como a Friboi), junto à administração pública federal.

Temer e Loures também são investigados por organização criminosa e obstrução de Justiça, acusações que também devem se transformar em denúncia ao STF nos próximos dias.

(Foto: AGCongresso)