BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO -O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do ES publicou nota de repúdio a agressão sofrida pelo jornalista de A Tribuna na Câmara Federal, e condenou a arrogância do deputado Carlos Manato (PSL).

O vídeo que mostra a agressão foi divulgado na pagina do Sindijornalistas-ES. É possível ver que Manato parte para cima do jornalista, exigindo a sua retirada da sala. “Então não vai ter a reunião, é problema meu. Pode retirar ele”, diz o deputado para o segurança que hesita em obedecer por conhecer o profissional que há 21 anos cobre o Congresso e é membro da diretoria do Comitê de Imprensa da Câmara.

Aos berros, o deputado reclama de notas publicadas contra ele na imprensa, num comportamento inconstitucional e incompatível com a democracia brasileira. A reunião tratava das emendas da bancada ao orçamento da União do próximo ano.

Segundo o jornalista Marcos Rosetti, o motivo da intimidação do deputado seriam notas publicadas num grupo de whatsapp publicadas durante a campanha que questionou “a postura oportunista do deputado que se elegeu pelo PDT, passou para o SD, depois pro PSL de Bolsonaro, e após 12 anos de mandato, nunca relatou projetos relevantes nem presidiu comissões técnicas da Casa, pertencendo ao chamado “baixo clero da Casa”.

As notas relatam ainda a proximidade de Manato com o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (MDB) que está preso. Manato votou nele para presidente da Câmara a troco de cargo na Mesa Diretora, a quarta suplência que ocupa até hoje.

“Tratou-se do livre exercício da manifestação, e com a função de informas aos eleitores que se tratava de um candidato ficha suja”, disse o jornalista.

Para o Sindicato dos Jornalistas, a atitude do deputado “só reforça o risco que o jornalismo está vivendo com a iminência de um governo comandado por pessoas como Manato”. É inaceitável, pontua a entidade, que um eleito pela sociedade restrinja a atuação da imprensa por não aceitar ser questionado.”

Revela ainda que um futuro governo poderia não aceitar críticas e impedir a atuação da imprensa, limitando o acesso da sociedade às informações verdadeiras”, completa.

“A legislação garante a atuação da imprensa e resguarda sua liberdade. Proibir o jornalista de atuar é censura. É direito da sociedade se informar. A entidade, respeitando sua função social, não aceita tais atitudes e requer a retratação do deputado”, completa.

O Sindijornalistas afirma que encaminhará o caso aos órgãos competentes para que sejam tomadas as devidas providências.