BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO – Um requerimento assinado por 16 senadores e enviado ao Ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, pede que seja distribuído gratuitamente à população, pelo SUS – Sistema único de Saúde –  o remédio canabidiol.

Também conhecido por CBD, é um dos princípios ativos da Cannabis sativa, nome científico da maconha. A iniciativa partiu da senadora tetraplégica Mara Gabrilli (PSDB/SP) psicóloga e publicitária. Ela ficou tetraplégica após sofrer um acidente de carro em 1994.

Dois capixabas assinam o requerimento de Mara Gabrilli, Rose de Freitas ( sem partido) e Fabiano Contarato (REDE). O documento deixa claro que a “utilização da Cannabis é para fins medicinais”.

Gabrilli defende que seja incorporada ao Sistema Único de Saúde: “Hoje, é amplamente reconhecido pela comunidade científica que o corpo humano sintetiza, utiliza e metaboliza seus próprios canabinoides e que esse sistema regula diversas funções vitais”.

Presidente do Senado entre as senadoras Gabrilli e Rose

“A identificação dos canabinoides endógenos revolucionou a pesquisa sobre a Cannabis e seus efeitos. As informações obtidas desses estudos deram apoio à ideia de que o sistema canabinoide é suscetível à manipulação farmacológica. Isso levou à descoberta de moléculas canabinoides com utilidade terapêutica e, desde então, a importância medicinal da Cannabis tem sido reiteradamente demonstrada”, argumentou, lembrando que já há uma prática bem-sucedida nos países europeus.

AVANÇO 

No final do ano passado, a Anvisa aprovou a criação de uma nova categoria – produtos de Cannabis para fins medicinais de uso humano –, por meio de sua Resolução nº 327, de 9 de dezembro de 2019, que entrou em vigor no dia 10 de março de 2020.

A norma prevê que o comércio desses produtos seja feito exclusivamente mediante receita médica de controle especial. As regras variam de acordo com a concentração de tetraidrocanabinol (THC).

Aqueles com concentração de THC superior a 0,2% só poderão ser prescritos a pacientes terminais ou que tenham esgotado as alternativas terapêuticas de tratamento.

No início do ano corrente, a Anvisa editou a Resolução nº 335, de 24 de janeiro de 2020, que define os critérios e os procedimentos para a importação de produto derivado de Cannabis, por pessoa física, para uso próprio, mediante prescrição de profissional legalmente habilitado, para tratamento de saúde.

Delegado de Polícia, Contarato apoia proposta de Gabrilli

A senadora lembra que em 19 países já foi autorizada e regulamentado o plantio, produção, comercialização, fiscalização e tributação da Cannabis medicinal.

No Brasil o remédio já é comercializado, mas é muito carro. No final de abril, com base nas novas normas da Anvisa, foi registrado o primeiro produto à base de Cannabis fabricado no País.

É um fitofármaco que possui CBD, mas tem concentração de THC inferior a 0,2%. O produto “Canabidiol Prati-Donaduzzi 200 mg/mL” pode ser vendido em farmácias, mediante prescrição médica, mas o seu custo é muito elevado, cerca de R$ 2 mil.

 

óleo extraído da maconha é um medicamento poderoso
Quem pode usar o canabidiol?
O Conselho Federal de Medicina (CFM) decidiu autorizar neurocirurgiões e psiquiatras a prescrever remédios à base de canabidiol (CBD) para crianças e adolescentes portadores de epilepsias cujos tratamentos convencionais não surtiram efeito.
Para que é indicado o canabidiol?
Substância extraída da planta da maconha, Cannabis sativa, que atua no sistema nervoso central, sendo útil no tratamento de doenças psiquiátricas ou neurodegenerativas, como esclerose múltipla, asperger, esquizofrenia, mal de Parkinson, epilepsia ou ansiedade

(Com informações da Assessoria de Imprensa da senadora Rose de Freitas)