BRASÍLIA – Os ataques do líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), ao governo Temer chegaram ao limite no Planalto.

O presidente Michel Temer discutiu com a bancada do partido a destituição de Renan do cargo. A conversa acabou rendendo bate-bocas no plenário do Senado, mais tarde, além de um enfrentamento em discursos entre Renan e o presidente do PMDB, Romero Jucá (RR).

“O presidente pode destituir o líder do governo, mas do PMDB não. O PMDB não é um departamento do Executivo, não é um subproduto do governo. É um partido político que, coincidentemente, tem um filiado na presidência da República”, afirmou Renan.

Dezessete dos 22 senadores que compõem a bancada do partido estiveram com Temer no Planalto.Tudo indica que ele cairá até quarta-feira (31).

Renan não foi convidado. O tema da destituição de Renan foi puxado por Romero Jucá, que afirmou que não cabia mais na bancada essa postura contrária ao governo e às reformas estruturantes.

Outros senadores endossaram o posicionamento de Jucá. Na reunião, eles relataram incômodo com o comportamento de Renan, que tem criticado diretamente Temer e articulado para derrubar os projetos do governo.

De outro lado, um grupo mais próximo do líder teria saído em sua defesa. A conversa desencadeou a ira de Renan, que foi à tribuna despejar críticas sob Temer.

Ele alegou que a ala da bancada que discorda do governo é tão representativa numericamente quanto ao grupo que o apoia.

Em resposta, Jucá foi taxativo: “Ninguém está autorizado a subir na tribuna para dizer
que o PMDB não apoia o presidente Michel Temer. Eu sou o presidente do PMDB e
eu me reuni com a maioria da bancada hoje. A posição individual não pode superar a
decisão coletiva.”

À noite, catorze senadores do PMDB voltaram a se reunir para pressionar Renan. Os
parlamentares alegam que o senador não está expressando em seus discursos de
crítica ao governo o posicionamento da maioria da bancada.

Com informações do Valor