BRASÍLIA – AGÊNCIA CONGRESSO – Um dos deputados que ajudou o governo do presidente Temer a aprovar a reforma trabalhista na Câmara, na última quarta (26), Paulo
Foletto (PSB), não garante que votará a favor da reforma da Previdência.

“Essa reforma previdenciária mexe com a vida dos brasileiros. Estou ouvindo os meus eleitores para fundamentar o meu voto”, afirmou. Ele é o presidente do diretório do PSB capixaba.

Ao contrário da maioria simples necessária para aprovar a modernização da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), a emenda constitucional que altera as regras previdenciárias necessita de 308 deputados em duas votações.

Inconformismo
Há 26 anos militando no PSB, atualmente no segundo mandato de deputado federal, Foletto mostrou inconformismo com a decisão da executiva nacional do partido de fechar questão contra as reformas do governo Temer.

“Foi inoportuna”, disse. “A reforma trabalhista é necessária. O povo está favorável. Somente os sindicalistas estão contra”, complementou.

“Mas respeito essa decisão. Estou lá há 26 anos e até agora foi um bom casamento”, despistou ao não comentar diretamente o afastamento dos colegas deputados que também votaram favoráveis as novas regras da CLT e que acabaram perdendo o comando do PSB em seus estados.

Sem intervenção Presidente de um diretório estadual constituído em convenção,
Foletto só perderá o comando da executiva estadual da legenda socialista se houver uma intervenção por parte do diretório nacional.

Até o momento, existe apenas um pedido no Conselho de Ética do partido aberto contra ele. A punição pode ser desde censura até expulsão por desrespeitar uma orientação programática partidária.

Afetados
Os socialistas que já foram afastados de suas funções partidárias e perderam o comando do partido em seus estados foram: Danilo Forte (CE), Fábio Faria (MT), Maria Helena (RR),
além da líder na Câmara, deputada Teresa Cristina (MS).

Encontram-se na mesma situação de Foletto aguardando julgamento do Conselho de Ética da legenda os deputados Átila Lira (AM), Heráclito Fortes (PI), João Coutinho (PE), José
Reinaldo (MA), Luiz Filho (SP), Marinaldo Rosendo (PE), Rodrigo Martins (PI) e Tenente Lúcio (MG). O ministro de Minas e Energia, deputado licenciado Fernando Coelho Filho (PE) que reassumiu o mandato somente para votar e ajudar aprovar a reforma trabalhista também responderá ao Conselho de Ética do PSB.