BRASÍLIA – Investigadores da Operação Lava Jato acreditam terem descoberto a origem dos R$ 51 milhões localizados pela Polícia Federal em um apartamento do ex-ministro Geddel Vieira Lima, no bairro da Graça, em Salvador.

A suspeita é que a quantia encontrada no “bunker” seja a soma de propinas oriundas do PMDB, da construtora Odecrecht e do operador Lúcio Funaro. A investigação aponta que há indícios do crime de lavagem de dinheiro.

Na verdade, Geddel estaria guardando num só lugar todas as propinas que vinha recebendo desde que atuava no governo do PT. Vai passar o Natal na cadeia.

O ex-ministro está detido no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. O material encontrado no imóvel continha as impressões digitais dele, que resultou na sua prisão, no dia 8 de setembro, durante a Operação Tesouro Perdido.

Fontes do dinheiro

As investigações apontam para quatro fontes do dinheiro. A primeira foi confirmada pelo próprio operador de propinas do PMDB, Lúcio Funaro, que afirmou em delação premiada ter repassado R$ 20 milhões para Geddel.

Em seu depoimento, ele revelou que entregou o dinheiro pessoalmente ao ex-ministro, no aeroporto de Salvador.

A segunda fonte seria de desvios realizados por políticos do PMDB investigados no inquérito conhecido como quadrilhão, que investiga Geddel, o presidente Michel Temer e outros integrantes do partido.

Já a quantia oriunda da Odebrecht foi confirmada pelo ex-assessor Job Ribeiro, que trabalhava para o deputado Lúcio Vieira Lima, irmão de Geddel.

Ele afirmou ainda que pegou dinheiro cerca de seis vezes, a mando de Lúcio, com uma pessoa chamada Lúcia. Investigadores confirmaram que se trata de Maria Lúcia Tavares, secretária da Odebrecht, que, em fevereiro deste ano, revelou a existência de um departamento de propina dentro da construtora.

Parte do dinheiro também teria origem nas remunerações de assessores, entre eles Job Ribeiro. Ele afirmou que repassava mensalmente R$ 8 mil do que recebia para a família Vieira Lima.

Além dele, o motorista e uma secretária de Lúcio Vieira Lima também devolviam parte de suas remunerações. O dinheiro ficava guardado na casa da mãe de Geddel, que mora no mesmo prédio onde foram achados os R$ 51 milhões.

Com informações de jornais baianos