Mauricio de Sousa na abertura da exposição na Câmara dos Deputados

BRASÍLIA – AGÊNCIA CONGRESSO – “O Papel nunca vai morrer. A internet vai encontrar seu caminho, mas as publicações em papel não acabam”. A afirmação é de um dos maiores cartunistas do Brasil, Mauricio de Souza.

Ele esteve na Câmara dos Deputados, para inaugurar uma exposição sobre seu trabalho, e concedeu uma entrevista exclusiva ao site Agência Congresso.

Entre os dias 20 de março e 11 de abril a Câmara dos Deputados juntamente com o Instituto Maurício de Sousa apresentaram a exposição com a Turma da Mônica.

Na abertura do evento, Maurício de Sousa conversou com a Agência Congresso sobre leitura e educação.

A exposição trazia histórias da Turma da Mônica que fizeram parte de mais de 200 campanhas institucionais com temas como direito das crianças, diversidade, ética e cidadania.

Exposição Turma da Monica reuniu histórias que fizeram parte de mais de 200 campanhas institucionais

PROFESSOR – Maurício acredita que é preciso pensar a educação com mais atenção e cuidado, a fim de despertar nas crianças a vontade de estudar e nos jovens a vontade de ensinar.

“O Professor tem um papel importante, é uma profissão que deveria ganhar muito melhor do que as outras. Precisamos de bons professores, boa metodologia, projetos educacionais e de livros, principalmente, muita leitura que atenda a curiosidade natural, o entendimento natural das crianças.”

De acordo com ele, pensando a educação dessa maneira, as crianças teriam mais interesse em ler, começando desde pequenas e evoluindo a leitura conforme vão adquirindo maturidade.

“Foi o que aconteceu comigo, comecei lendo gibis, depois Monteiro Lobato, os livros infantis não me bastavam, passei a ler aventura, e então eles não me bastavam, passei a ler clássicos”, assim conta Maurício de Sousa como desenvolveu seu interesse pela leitura.

Questionado sobre o fim dos livros de papel devido ao advento da internet e da tecnologia o criador da Turma da Mônica não concorda com o fim do papel “não estou vendo dessa maneira, o pessoal continua lendo de outro jeito, em outros formatos, e continua lendo na rede social também”.

Para ele, o fechamento de editoras é o fim de um ciclo que está para recomeçar “esse desfalecimento das grandes editoras é uma situação pontual, porque estão começando a surgir novas editoras, com novas propostas, melhor administradas, menos grandiosas.” Em sua opinião, estamos nos preparando para um novo conceito de editoras de livros, que inclua, talvez, um trabalho integrado ao virtual, à internet.

O cartunista conclui afirmando categoricamente: “o papel nunca vai morrer, mas a internet vai buscando seu caminho para uma leitura mais sofisticada, inclusive”.