BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO – O Ministério Público por intermédio da força-tarefa Greenfield, ajuizou ação de improbidade administrativa contra os ex-deputados e ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha e Henrique Alves, ambos do MDB.
Se condenada, a dupla deverá restituir aos cofres públicos valor superior a R$ 25 milhões Sozinho, Cunha deverá devolver R$ 20 milhões supostamente desviados.
Os procuradores descobriram como os ex-parlamentares usam a Caixa Econômica para fazer seus ‘arranjos”.
A CEF tem 11 vices presidentes. Cunha indicou um e usou o ‘aliado’ para liberar recursos do FGTS.
Os dois são acusados de enriquecimento ilícito durante o mandato. Segundo a força-tarefa, as irregularidades dos deputados foram cometidas entre 2011 e 2015.
O modus operandi dos dois consistiria em cobrar propina para liberação de recursos pelo Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para empresas.
A denúncia sobre o esquema foi ajuizada em 2016 pela Procuradoria-Geral da República (PGR), e atualmente tramita no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), em fase de recurso.
Vale destacar que, já na primeira instância, cinco envolvidos foram condenados pela maioria dos crimes imputados.
Os investigadores apontam que Cunha e Henrique Alves usavam da posição política para indicarem nomes para diversos cargos de entidades vinculadas ao Executivo federal e o utilizavam para promover supostos desvios de dinheiro público.
Entre as manobras reveladas na ação civil, alega o MPF, estão as negociações para a revitalização da zona portuária do Rio de Janeiro –conhecida como Porto Maravilha.
As obras foram realizadas via Parceria Público Privada (PPP) e envolveram as construtoras Odebrecht, OAS e Carioca.
O MPF afirma que Eduardo Cunha teria solicitado à Carioca o pagamento de propina destinada a Fábio Cleto e Henrique Alves. A empresa depositou os valores em contas no exterior, conforme informado pelo órgão.
“Cleto recebeu propina em razão de seu cargo de vice-presidente da Caixa e sua atuação nesse e em outros investimentos, como aqueles envolvendo a BR Vias, a Eldorado e a Brado, por exemplo”, acrescentou o MPF.
A ação de improbidade aponta ainda que o recebimento da propina foi disfarçado repetidas vezes por meio de depósitos em contas bancárias no Uruguai e na Suíça, conforme orientação de Eduardo Cunha, atos esses que configuram lavagem de dinheiro.
Com informações do Metropóles