BRASÍLIA – AGÊNCIA CONGRESSO – Os vetos do presidente Jair Bolsonaro à artigos do Orçamento Geral da União dividiram Câmara e Senado.

A maioria dos senadores é favorável a manutenção do veto 52, que mantém sob tutela da União a destinação de todos os recursos do Orçamento, inclusive os R$ 30 bilhões de emendas impositivas do Parlamento.

Se as duas Casas não votarem igual, o veto permanece, o que significa vitória do governo.  Até o momento 28 senadores já confirmaram apoio à manutenção do veto, inclusive os três representantes capixabas.

A FAVOR DO VETO

A maioria esmagadora da Bancada Capixaba se mantém favorável ao veto. Só um deputado, Helder Salomão (PT), promete votar contra o governo. Ele alega que o Legislativo deve fiscalizar o orçamento.

O coordenador da bancada, deputado Da Vitória (Cidadania) disse que sempre acreditou que um governo legitimado pelo voto popular deve ter o direito de decidir onde serão investidos os recursos públicos. 

“Cabe ao Congresso discutir e votar a lei orçamentária e exercer o papel de fiscalização. Avalio que o Governo terá responsabilidade ao definir onde serão realizados os investimentos. Com prudência levei o posicionamento ao meu partido, o Cidadania, que também em sua maioria defende o veto do Presidente Bolsonaro”, disse o deputado.

O chamado Orçamento impositivo não é novo, mas teve seu escopo ampliado no ano passado. Na prática, ele dá mais poder ao Congresso sobre o Orçamento da União, pois obriga o Executivo a pagar emendas de parlamentares. 

Ou seja, com a derrubada do veto, o relator do projeto, Domingos Neto (PSD -CE) decidirá, com a indicação dos parlamentares, onde será gasto os R$ 30 bi do orçamento federal.

Quem vota a favor da manutenção do veto defende que não cabe ao legislativo definir as prioridades orçamentárias.

O homem de R$ 30 bi, deputado Domingos Neto (PSD-CE)

O deputado Evair de Melo (Progressistas) foi procurado, mas não respondeu à Agência Congresso até o fechamento da matéria. Mas ele deve votar com o governo porque é o principal governista da bancada.

Ted Conti (PSB), também vota pela manutenção do veto presidencial. “Deputado é para legislar e fiscalizar, não para administrar recursos do executivo”, disse.

O outro socialista, Felipe Rigoni (PSB) se manifestou nas redes sociais: 

“O Veto 52 foi uma decisão acertada do presidente Jair Bolsonaro. Precisamos dar fim ao uso eleitoral das emendas parlamentares e à barganha política. Votaremos pela manutenção do veto. A boa política deve estar baseada em evidências e no diálogo com a população. Não na quantidade de emendas que cada um consegue emplacar”.

Os três senadores capixabas Marcos do Val (Podemos), Luiz Pastore (MDB) e Fabiano Contarato (Rede) também se manifestaram favoráveis ao veto do presidente. 

A senadora licenciada Rose de Freitas (Podemos) e ex-presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO) disse para a Agência Congresso que “O governo não tem esse dinheiro. Não existe recurso no orçamento sem destinação, tudo que está lá está, está carimbado para alguma coisa, se você tira R$ 30 bi, está tirando de algum lugar. Sou a favor da manutenção do veto, se não tira a capacidade do governo de investir”, afirmou.

O deputado federal Sérgio Vidigal (PDT-ES) acabou ficando a favor da manutenção do veto 52. O parlamentar também é a favorável ao projeto que regulamenta que as emendas impositivas de bancada sejam executadas.

“São as emendas que têm ajudado o ES a iniciar obras importantes, como o Contorno do Mestre Álvaro, da BR-447, BR-262, Hospital das Clínicas, Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Instituto Federal do Estado (Ifes), segurança pública e hospitais filantrópicos”, disse.

A deputada Dra. Soraya (PSL)  disse que “o  Palácio do Planalto tem a prerrogativa de decidir o destino de R$ 30 bilhões do Orçamento Impositivo de 2020”. 

Deputado Amaro Neto (PRB); em cima do muro

Os deputados Norma Ayub (DEM), e Evair Melo (PP) não responderam até o fechamento da matéria. Lauriete e Amaro Neto, à noite, decidiram votar para manter o veto.

“ Os municípios precisam das emendas, mas o Governo Federal tem que obedecer a Lei de Responsabilidade Fiscal e são posicionamentos distintos”, disse Lauriete.

Deputado Voto
Da Vitória Favorável
Felipe Rigoni Favorável
Ted Conti Favorável
Dra. Soraya  Favorável
Marcos do Val Favorável
Fabiano Contarato Favorável
Luiz Pastore Favorável
Helder Salomão Contra
Lauriete a favor
Amaro A favor
Evair Não respondeu
Vidigal A favor
Norma Não respondeu