Por Humberto Azevedo –BRASÍLIA – AGÊNCIA CONGRESSO – A definição sobre as indicações dos 16 órgãos federais no ES deve acontecer apenas no mês de abril. Pelo menos foi o que afirmaram parlamentares capixabas.

O motivo é a falta de sintonia entre os novos dirigentes recém instalados no Palácio do Planalto com a sua pretensa base parlamentar que precisa ser montada.

“Não existe base aliada, ainda”, já confessou o líder do governo na Câmara, o deputado de primeiro mandato Major Vitor Hugo (PSL-GO).

Até lá as negociações para manter o atual arquétipo das indicações políticas montadas ainda durante o governo do ex-presidente Michel Temer continuarão.

Até o momento o governo não sabe como conciliar as indicações técnicas com as indicações políticas.

Bolsonaro foi eleito prometendo que não iria aderir ao toma-la-dá-cá com a oferta de cargos por troca de apoio no Congresso para aprovar suas matérias.

“Pelo o que estamos vendo o governo está num dilema. Ele articulou com a AGU [Advocacia Geral da União] de fazer uma proposição destes cargos por competência técnica. O que estão chamando de banco de talento. Então se um parlamentar indicar alguém, fica lá e vai ser avaliado”, disse um parlamentar.

“Se tiver identidade com o local [da indicação] pode ser aproveitado. Se não tiver, não será. Mas, ao mesmo tempo, o governo precisa contemplar os parlamentares que estão fazendo pressão e tem expectativas de serem atendidos. Mas isso não está claro, ainda”, complementou uma outra fonte.

Situação

Para a direção da Receita federal no estado, a entidade tradicionalmente não sofre interferência política. Por este motivo ela é considerada “fechada” para integrantes de servidores de carreira.

Já o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) que no passado já foi um foco muitos problemas, inclusive sendo investigado pela Polícia Federal tem no atual diretor, Renato Oliveira, uma indicação técnica que é vista com muita simpatia pelos parlamentares capixabas.

A Companhia de Docas do ES (Codesa) que historicamente tem as nomeações de suas três principais diretórias pelo critério político deverá ser controlada a partir de agora seguindo orientação técnica com intuito de ser privatizada.

Já as chefias regionais do Instituo Nacional de Seguridade Social (INSS), Delegacia Regional do Trabalho (DRT), Secretaria de Patrimônio da União (SPU), Instituto de Colonização para a Reforma Agrária (Incra), Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) que até o governo Temer tinham seus diretores e superintendentes regionais indicados por políticos, podem agora ter emancipação técnica. Situação que não agrada nenhum pouco os parlamentares.

Na mesma situação se encontram as futuras indicações do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama), Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Fundação Jorge Duprat e Figueiredo (Fundacentro), Fundação Nacional da Saúde (Funasa), Divisão de Convênios do Núcleo do Ministério da Saúde (Dicon) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Cargos federais no ES

Como era a indicação até Temer

Receita Federal

Técnica

DNPM

Técnica com aval da bancada

INSS

Política (Marcus Vicente)

DRT

Política (Carlos Manato)

SPU

Política (Lelo Coimbra)

Incra

Política (Carlos Manato)

SDA

Política (Rose de Freitas)

Conab

Política (Lelo Coimbra)

Codesa

Política (Rose de Freitas)

Infraero

Política (Magno Malta)

Ibama

Política (Magno Malta)

Ipham

Técnica

Fundacentro

Política (Carlos Manato)

Funasa

Política (Rose de Freitas)

Dicon

Técnica

PRF

Política (Magno Malta)