BRASÍLIA -O deputado federal Rubens Bueno (PPS-PR) protocolou requerimento pedindo informações detalhadas para a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) sobre a “farra de atestados” médicos.

No ofício ele pede, por exemplo, os nomes dos funcionários que apresentaram atestados ou pedidos de afastamento para acompanhar parentes em simples consultas médicas ou internações no primeiro semestre deste ano, além do período.

O objetivo é apurar a veracidade dos documentos. A Coluna do Estadão revela hoje que, nos últimos seis meses, os funcionários da EBC apresentaram 2.845 atestados médicos e pedidos de afastamento, o que dá quase 16 por dia.

O número é maior do que o quadro da empresa, que tem 2.307 empregados que trabalham na TV, rádio e agência online de notícias oficiais do governo federal.

O deputado considerou o dado “estarrecedor”. ‘Diante do descalabro acerca do quantitativo de licenças concedidas e da frouxa disciplina para a concessão dos afastamentos noticiada na imprensa, julgamos de extrema importância que a Secretaria de Comunicação Social informe a este parlamento , instituição destinada à fiscalização dos recursos públicos, todos os dados sobre tais pedidos”, diz Bueno. O requerimento de informação usa como base a nota da Coluna.

Um acordo coletivo permite aos funcionários até mesmo faltarem cinco vezes ao trabalho para acompanhar parentes em consultas ao médico ou ao dentista. A EBC inclui como parente cônjuge, companheiro, pai, mãe, filho, enteado, irmão ou dependente legal. Independentemente da idade.

Deputado Rubens Bueno. Foto: Robson Gonçalvez

Outra vantagem dos integrantes do cabide petista: empregado só perde o salário integral após 4 meses de afastamento. Na iniciativa privada o prazo máximo é de 15 dias.

 

A EBC informa que, “em virtude do alto número de afastamentos, está contratando empresa especializada em perícia e homologação de atestados médicos”.

E diz que, em agosto de 2017, foi adotado o ponto eletrônico. Os empregados da EBC são concursados, mas contratados pelo regime de CLT.

O orçamento neste ano é de R$ 726 milhões. A empresa foi criada em 2008 por Lula. (Por Andreza Matais)