BRASÍLIA – Uma lista da uma transportadora de valores que operou para a Odebrecht em São Paulo indica que ao menos 187 pagamentos a políticos, marqueteiros e agentes públicos foram feitos entre setembro de 2014 e maio de 2015 na capital paulista.

Eram tantos os corruptos que foi preciso contratar uma transportadora de valores para pagar as propinas.

O documento é mantido sob sigilo pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e revela os nomes dos intermediários que teriam recebido propina ou caixa 2 de campanha e os endereços onde os valores eram pagos pela empreiteira.

A planilha foi entregue ao Estado por Edgard Venâncio, ex-gerente operacional da Transnacional, empresa contratada pelo doleiro Álvaro José Novis para fazer os pagamentos da Odebrecht em São Paulo.

Os 187 pagamentos cujas datas, valores e senhas coincidem, estão vinculados a 57 codinomes criados pela empreiteira para ocultar a identidade do beneficiário final da propina.

Somente entre setembro de 2014 e maio de 2015 foram pagos R$ 97,5 milhões em São Paulo.

A maior quantia no período foi direcionada a João Santana pelo codinome “feira”. Foram 26 entregas no valor total de R$ 18 milhões feitas para William Ali Chaim, operador do PT, e André Santana, assistente do publicitário.

Alguns dos nomes que vazaram:

– William Ali Chaim (operador do PT) – 26 entregas, R$ 18 milhões
– Lourival Ferreira Nery Júnior (assessor do senador Ciro Nogueira (PP-PI)), R$ 6 milhões.
– Senador Romero Jucá (MDB-RR), R$ 1,5 milhão
– Senador Edison Lobão (MDB-MA), R$ 1 milhão
– Beto Richa (PSDB) (ex-governador do Paraná), R$ 1,6 milhão
– Andrés Sanchez (PT-SP) (ex-deputado federal), R$ 1 milhão,
– Senador Jader Barbalho (MDB-PA), R$ 1,2 milhão
– José Agripino Maia (DEM-RN) (ex-senador), a planilha mostra dois pagamentos ao assessor dele à época, Raimundo Junior,  R$ 1 milhão.
– Sérgio Rodrigues Vaz (policial militar), que era motorista de Jayme Rincón – R$ 4,8 milhões
– Elizabeth Oliveira (portadora do senador cassado Delcídio Amaral (ex-PT-MS)) – 5 entregas de R$ 500 mil
– Empresário Bruno Martins Gonçalves Ferreira (trabalhou na campanha de Gleisi Hoffmann) – 4,5 milhões
– Geraldo Alkimin  – R$ 1,8 milhão (entregue na casa de Eduardo de Castro, assessor do ex-secretário e tesoureiro Marcos Monteiro.)  

Com informações do CB