O PGR enviará ofícios a estados alvo de ataques instruindo abertura de inquéritos contra envolvidos

BRASÍLIA – O procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu uma investigação sobre a invasão a hospitais e agressões a profissionais de saúde em todos os estados.

As invasões ocorrerem após pedido do presidente Jair Bolsonaro a apoiadores, no sentido de que entrassem em hospitais públicos para filmar leitos de UTI. O presidente queria provas de que existem leitos vazios.

No ES seis deputados estaduais seguiram a ordem absurda do presidente, encontraram UTIs lotadas, e agora correm o risco de serem processados e ficarem inelegíveis para a reeleição, caso sejam condenados. Invasão de hospital é crime previsto em lei. 

Lorenzo Pazolini (Republicanos), Vandinho Leite (PSDB), Torino Marques (PSL), Danilo Bahiense (PSL) e Carlos Von (Avante) – e capitão Assunção que saiu antes da foto -invadiram o Hospital Dório Silva na última sexta-feira (12), na Serra.

Processo

O procedimento dependerá do Ministério Público em cada Estado. O pedido será oficializado nesta segunda-feira, 15. Aras, elaborou um ofício para auxiliar as unidades federativas que foram alvo dos ataques na responsabilização dos eventuais envolvidos.

As instruções são destinadas aos procuradores-gerais de Justiça e têm como objetivo garantir a integridade física dos trabalhadores da saúde, bem como a ordem dentro das unidades.

Os deputados podem também ser acusados de propagar a proliferação da Covid -19. Art268 – Infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa.

CRIME – A atitude de parlamentares bolsonaristas provocou reação do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que pediu publicamente uma interferência do Ministério Público.

“É vergonhoso – para não dizer ridículo – que agentes públicos se prestem a alimentar teorias da conspiração, colocando em risco a saúde pública”, escreveu. O ministro disse ainda que invadir hospitais é crime, assim como estimular a invasão. 

A imprensa do ES divulgou nota da Secretaria de Estado da Saúde: “é inadmissível esse tipo de atitude, no momento em que o Espírito Santo, o país e o mundo enfrentam a mais grave crise de saúde em nossa geração. Mais grave é o fato de que essa atitude foi insuflada por uma declaração irresponsável do chefe da nação”.
De acordo com os parlamentares, quase todos os leitos do hospital estavam ocupados por pacientes infectados com coronavírus, não restando espaço para quem precisa tratar outras doenças.
O deputado Torino Marques divulgou a ação em suas redes sociais, afirmando que iria mostrar a “realidade da situação por dentro”. Mas perdeu a viagem. Não encontrou leitos vazios, como sugeriu Bolsonaro irresponsavelmente.
Com informações da Agência Estado e CB