Ministra da Mulher, Damares Alves

BRASÍLIA – AGENCIA CONGRESSO – A briga continua. Deputadas federais entraram com representação no Ministério Público Federal (MPF), sexta-feira (2/10), pedindo abertura de investigação sobre a suposta atuação da ministra da Mulher e Direitos Humanos, Damares Alves, que teria tentado impedir que uma criança de São Mateus (ES), abusada pelo tio, interrompesse a gestação.

A ministra tem negado que agiu para interromper a gestação, mas existem provas contra ela, segundo as parlamentares. Todas as quatro são adversárias políticas do governo Bolsonaro, Lídice da Mata (PSB-BA), Alice Portugal (PCdoB-BA), Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Gleisi Hoffmann (PT-PR).

Reportagem do jornal Folha de S. Paulo, publicada em 20 de setembro, aponta que Damares teria agido nos bastidores para impedir a realização do aborto, legalmente autorizado.

Segundo o jornal, a ministra buscava transferir a menina de São Mateus (ES), onde morava, para um hospital em Jacareí (SP), onde teria o bebê, mesmo correndo risco de morrer no processo.

Damares teria enviado à cidade capixaba representantes do ministério e aliados políticos em tentativa de pressionar a equipe responsável pelo procedimento. A ministra teria feito, inclusive, reuniões por chamada de vídeo para discutir o assunto.

Segundo o ministério, a equipe se deslocou para “acompanhar a atuação da rede de proteção à criança vítima e oferecer suporte (…), no sentido de fortalecimento da rede de apoio às crianças vítimas de violência”.

Para as deputadas, entretanto, está clara a participação de Damares nas tratativas pela transferência da criança. “É preciso continuarmos firmes nesta pressão, tanto legislativa como jurídica, para que não ocorram esses tipos de interferências inadmissíveis”, escreveu Lídice da Matta, no Twitter.

Com informações do CB