ANÁLISE AP EXATA – Após as crises de meados de julho, causadas por declarações polêmicas de Jair Bolsonaro, o mês de agosto tem registrado uma baixa na popularidade do presidente, se compararmos com dados do início dos dois meses anteriores.

Há uma cristalização da ideia de que Bolsonaro fala coisas que não devia, e isso tem colaborado para uma queda da confiança dos internautas no governo.

Mas, apesar de observamos essa redução, o presidente ainda conta com um forte apoio e com uma militância muito ativa. São bolsonaristas que conseguem impor uma agenda conservadora e combativa. 

É essa militância que tem convocado as pessoas para mais uma manifestação, desta vez no dia 25 de agosto, “contra o STF”. Uma das pautas é o impeachment dos ministros Dias Toffoli e Gilmar Mendes. Há também uma pressão para que os parlamentares instaurem a CPI da Lava Toga. 

Já a oposição tem se movimentado em torno de um protesto “pela educação”, marcado para o dia 13 de agosto.

Temos observado uma radicalização dos apoiadores de Bolsonaro. Se antes os bolsonaristas se esforçavam em justificar as palavras e atos do presidente, agora, diante de alguma polêmica gerada, a militância governista se apressa em indicar um apoio irrestrito a ele, em atacar os mensageiros que levantam algo contra o governo e em recorrer ao calor eleitoral, deixando claro que há um foco voltado para a reeleição de Bolsonaro.

O discurso anti-PT ainda se faz presente, porém com menos intensidade. O inimigo mais apontado é “a esquerda”, de uma forma geral. Os ataques ao Congresso também diminuíram, após a aprovação da reforma da Previdência, mas o STF continua sendo alvo.

Sergio Denicoli, jornalista e CEO da AP EXATA


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