BRASÍLIA – AGÊNCIA CONGRESSO – O Senador Fabiano Contarato (REDE) disse que é preocupante como foram adquiridas as mensagens divulgadas no Intercept envolvendo o ministro Sérgio Moro. 

Conversas divulgadas segunda-feira (9) pelo site Intecept mostram mensagens de texto entre Moro e o procurador Deltan Dallagnol, que revelam que o então juiz federal foi além do papel que lhe cabia quando julgou casos da Lava Jato, interferindo na operação.

O senador disse à Agência Congresso que se trata de uma quebra do princípio da impessoalidade no que diz respeito à obtenção das mensagens divulgadas, e da imparcialidade, quando se fala no conteúdo.

“Se coloque no lugar da defesa, independente do acusado, independente de qualquer processo, deve haver uma isonomia entre as partes [acusação, defesa e promotoria], esse sistema, esse tripé tem que te poupar de forma igualitária, isonômico.”

Segundo Contarato, “a partir do momento em que há uma interrupção e eu não entro no mérito do diálogo [conteúdo] aqui, já colocou em dúvida o princípio da imparcialidade, e isso é muito sério.”, disse.

Questionado se ainda apoiaria permanência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) no Ministério da Justiça, o senador afirmou que sua opinião é que, independente do ministro – Sérgio Moro ou não – o melhor lugar para o Coaf seria na pasta de Moro.

“O problema do Coaf não é com o Moro, mas com o Ministério da Justiça. Não é no Ministério da Economia que o Coaf não será disseminado num terreno fértil na apuração de crimes, como crimes contra a ordem tributária, de corrupção ativa, corrupção passiva”

“Independente de ser o Moro ou outro ministro, o Coaf é de extrema importância para a obtenção de prova de natureza objetiva no aspecto criminal, ele vai ter muito mais eficiência no Ministério da Justiça do que no Ministério da Economia.”