Prisão, no entanto, deve ser cumprida em casa.

BRASILIA – O governo já tem um novo articulador político. O ministro da Economia, Paulo Guedes, será o bombeiro convocado para apagar o incêndio entre o Executivo e o Legislativo.

Não que o presidente Jair Bolsonaro tenha excluído o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, da função. O problema é que Onix é fraco.

Mas o ataque feito pelo vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do pesselista, ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não pegou nada bem.

O caldo entornou de vez com as últimas declarações de Bolsonaro em recados ao Congresso. Na mais recente, no Chile, disse que atritos com o Parlamento existem porque “tem político que não quer largar a velha política”.

Foi o estopim para levar lideranças a alçar, informalmente, Guedes à posição de interlocutor.

PONTE

A ideia é de que Guedes seja a voz que vai dialogar com o Parlamento pelo governo na nova etapa da articulação imposta pelo Congresso.

A avaliação é de que, diferentemente de Bolsonaro e Lorenzoni, ele ainda não quebrou a ponte com o Legislativo.

O próprio ministro vinha se articulando, a ponto de ter dito no início de março que faltariam apenas 48 votos para aprovar a reforma da Previdência.

O recado ao presidente da República sobre colocá-lo como interlocutor será dado nos detalhes.

O ministro da Economia tem uma reunião marcada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara nesta terça-feira (26) e terá mais reuniões com bancadas ao longo da semana.

Cabeça

O argumento de congressistas é simples. Se Bolsonaro não quer baixar a bola e vai se manter como condutor da crise, ele que corra atrás dos parlamentares.

Afinal, Guedes não poderá, literalmente, conciliar a articulação política e a economia por muito tempo.

Uma das alternativas é pela saída de Lorenzoni da articulação política. É alguém que, para congressistas, só atua em interesse próprio. Ou é isso, ou não tem reforma. 

Isolado

O isolamento de Lorenzoni e o fortalecimento de Guedes abrem espaço para a composição do “dream team” da articulação política almejada na Câmara.

A ideia é de que o ministro da Economia seja apenas um dos atores do processo. Dentro do governo, quem também tem apreço é o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Santos Cruz, um “homem do bem”, como definem alguns.

É respeitado, atencioso e liga para os líderes partidários. A briga, agora, é para que Bolsonaro dê carta branca não somente aos dois ministros, mas, também, a Maia e à líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP).

(Com informações do Correio Braziliense)

 

foto Luiz Salatino