BRASÍLIA – O deputado federal Felipe Rigoni (PSB) criticou o ambiente polarizado do Congresso e o atraso nas votações durante a pandemia.

Em entrevista a Revista IstoÉ, o parlamentar defendeu mais equilíbrio nas discussões sobre pautas prioritárias para o país. “Quando você chama o presidente de ‘genocida’, não ajuda o Brasil. Por mais que ele tenha cometido erros graves, isso incendeia a política e atrasa as votações”, enfatizou.

“Bolsonaro é a figura com maior poder de comunicação no país. Ao sair sem máscara e desrespeitar o isolamento, certamente deu um mau exemplo que prejudicou o combate à pandemia. Mas não foi o único que errou. Acho que há debates urgentes em andamento e não podemos nos pautar pelas polêmicas do presidente. Quando você se ocupa disso, acaba não dando atenção às agendas que precisam ser aprovadas”, explica Rigoni.

A mais relevante, segundo Rigoni, é a aprovação da reforma tributária. Atualmente, três textos tramitam no Congresso: a PEC 45, elaborada em conjunto com o economista Bernard Appy, a PEC 110, do Senado, e a proposta do governo federal. “As três vão na mesma direção, mas a PEC 45 é a mais completa, gerando crescimento econômico sem aumentar a carga tributária do país”, defende o parlamentar.

“O grande desafio na questão tributária é conseguir um consenso. Todo mundo acha que o Brasil precisa de uma reforma, mas cada um quer fazer de um jeito diferente. Chegar nesse denominador comum não é uma tarefa fácil. O melhor seria avançar na cobrança sobre a renda e amenizar a cobrança sobre a folha de pagamentos, simplificando o sistema tributário e estimulando a geração de empregos”, pontua o deputado federal.

Questionado sobre a criação de uma cobrança similar à CPMF, Rigoni classificou a proposta como “ineficiente”. “A carga tributária no Brasil é de 34%, mesmo patamar da Inglaterra. Os serviços públicos de lá, inclusive o sistema de saúde, que é similar ao SUS, são muito melhores que os nossos. A gente não precisa cobrar mais, mas reorganizar o sistema tributário. A nova CPMF, não importa o nome que receba, é uma cobrança cruel, porque afeta os mais pobres, e ineficiente, porque é fácil de ser burlada”, destacou o parlamentar.

(Informações da Assessoria de Imprensa)