Foto: Marcos Rosetti

BRASÍLIA – AGÊNCIA CONGRESSO – O ex-governador do Espírito Santo e presidente da Fundação João Mangabeira do PSB, Renato Casagrande, e o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), participaram nesta terça-feira (7), de sessão solene em homenagem ao Bicentenário da Revolução Pernambucana de 1817.

Entre os líderes da rebelião, estava Domingo José Martins, cujo nome é de um município do sul do estado.

Casagrande ressaltou que a revolução foi um marco na luta pela liberdade no Brasil, junto com outros movimentos, até a Independência do país em 1822.

“A Revolução Pernambucana foi um marco na luta pela liberdade no Brasil. Nossa homenagem é para todos que lutaram pela liberdade e que fizeram com que a gente caminhasse até aqui. Em especial a lembrança de Domingos José Martins, como um dos líderes e que fez com que nós fizéssemos também a homenagem a ele dando o nome do município belo”, disse o ex-governador.

Para o socialista, a rebelião deixou legado para toda a sociedade: “Naquela época lutava-se com armas em mãos, pela liberdade e independência. Hoje a nossa luta continua, no Congresso Nacional, na sociedade nas comunidades, para que a gente possa ter além da liberdade que nós conquistamos, a gente possa ter justiça. A luta hoje no Brasil é para que possamos ter uma sociedade mais justa e mais fraterna”, completou.

O governador pernambucano também falou sobre a importância da revolução: “Este movimento deve ser visto como exemplo para o enfrentamento da atual crise nacional. Foi por meio de um esforço de integração nunca antes visto no Brasil que conseguimos nos tornar uma nação forte e independente”.

A revolução 

A Revolução Pernambucana foi um movimento social (revolta) de caráter emancipacionista ocorrido em Pernambuco no ano de 1817. É considerado um dos mais importantes movimentos de caráter revolucionário do período colonial brasileiro.

Entre as causas, está a fome e miséria, que foram intensificadas com a seca que atingiu a região em 1816.

Também a insatisfação popular com a chegada e funcionamento da corte portuguesa no Brasil, desde o ano de 1808. O questionamento maior era com relação a grande quantidade de portugueses nos cargos públicos;

Além da influência dos ideais iluministas, principalmente os que criticavam duramente as estruturas políticas da monarquia absolutista. Os ideais da Revolução Francesa, “liberdade, igualdade e fraternidade”, ecoavam em solo pernambucano, principalmente entre os maçons.

Ao saber da organização da revolta, o então governador de Pernambuco ordenou a prisão dos envolvidos. Porém, os revoltosos resistiram e prenderam o governador.

Após dominar a cidade de Recife, os revoltosos implantaram um governo provisório. Para conquistar o apoio popular, o governo provisório abaixou impostos, libertou presos políticos e aumentou o salário de militares.

Os rebeldes enviaram emissários para outras províncias do norte e nordeste para derrubar os governos e ampliar a revolução. Porém, sem apoio popular significativo, estes movimento não avançaram.

Preocupado com a possibilidade de ampliação da revolta para outras províncias, D.João VI organizou uma forte repressão militar contra os rebeldes de Pernambuco.

As tropas oficiais cercaram Recife. Os embates duraram 75 dias, resultando na derrota dos revoltosos. Os líderes, entre eles, o capixaba Domingos José Martins, foram presos e condenados à morte.